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terça-feira, março 13, 2018

O Problema Óbvio de nossas Periferias

Ruas desertas, população acuada dentro de casa, por conta de um toque de recolher silencioso e o medo de novos tiroteios em Barra do Ceará, o mais antigo bairro de Fortaleza, mas poderia ser em qualquer metrópole brasileira. Por quê? Fonte: cearanews7.com/

“Toda luta é válida, quando é em favor da Educação.” Sônia Guajajara.
“Sabia que preto pobre não pode ser só sambista, já que vivia cercado pelas torpes estruturas do Estigma, da Exclusão e da Marginalidade, que terminam em uma luta fratricida pelo poder e pelos privilégios. E sua luta continuou pela volta daquela Portela de outrora, quando a Alegria vencia o Consumo, e pela valorização da raça… Quilombo é seu legado de emancipação na trilha educativa, que forma a Pessoa Digna e resgata o valor cultural da Escola de Samba!” Naves Ferraz.

Diga-me o que tem de “educação” quando se resume um processo e longa tarefa individual à obra de uma raça? Só se fala em “valorização da raça”, o que é uma mistificação, pois o que se relaciona à ideia de Educação é a Cultura e não um agregado de genes a guisa de capital cultural que possa servir de esteio para educação. Sabe… De tanto falar em raça vocês esquecem o mais importante, que a educação não é um dado adquirido por uma categoria coletiva, mas um processo eminentemente individual, fruto do esforço da pessoa e não de um grupo. Coitado do grupo que é levado pelo canto da sereia de que seu apego a uma ideia de raça ou classe ou categoria coletiva que seja que possa lhe ser útil de alguma forma. Vocês estão… Sim!Vocês mesmos estão amaldiçoando sua própria raça com esta conversa inócua para o resultado e benefício das próprias pessoas. Triste.
Eu trabalhei com crianças de periferia na escola com piores índices da região metropolitana de Florianópolis, o município de Biguaçu. Vi o que tu mencionas, é real. Mas vi também que há fatores que são extraclasse, muitos, como a violência local. Certa vez propus uma atividade, que participassem de uma gincana proposta pela National Geographic e creia-me, havia muitos com capacidade. Após os testes dois foram qualificados para a fase seguinte, um garoto e uma garota de origens e etnias diversas, o rapaz negro, imigrante baiano de culto afrodescendente e a menina branca, nativa e evangélica. Histórias e percursos distintos. Mas uma barreira comum os impediu de seguir. Ingenuamente eu combinei horário e data para seguirem para a próxima fase, mas eles não foram e não me falaram por que não iam: tinham receio de sair das cercanias de onde moravam. Suas vidas fora do bairro eram tolhidas porque tinham restrições por onde andar sem acompanhamento e dependendo do horário, toque de recolher. Agora pense em como crianças assim poderão buscar oportunidades fora de seu círculo de vida limitado? Triste.
Enquanto as esquerdas e militantes sensibilizados com a parcela empobrecida de nossa sociedade continuar buscando soluções meramente paliativas em esquemas de “valorização da raça” ou outras bobagens, princípios básicos que moldaram nossa civilização como o direito de ir e vir são sabotados. E aí não vai ter cota nem abraço nem choro nem reza que resolva nada. Acordem! Os problemas são muito mais óbvios e as soluções mais simples, não há mágica nem mistério, apenas a coragem de admitir que via a realidade de modo distorcido.

Anselmo Heidrich

quarta-feira, janeiro 20, 2016

O Feminismo Seletivo ignora o Islã


A dominação, seja ela de quem for só existe porque o dominado consente e aceita como algo 'natural'. Quando uma mulher muçulmana, tapada com seu véu acha que a "liberdade de expressão é terrorismo ocidental", então a situação é muito pior do que imaginamos... Imagem: infielatento.blogspot.com.br

Baita dica do colega Xavier, sobre o tratamento dispensado às mulheres no islã:
https://conscienciavisionaria.wordpress.com/2015/08/31/como-as-mulheres-de-todas-as-idades-sao-vistas-pelo-isla/. Sabe... Nunca refleti muito sobre este negócio de feminismo. Para mim, antes mesmo de eu enveredar pelo liberalismo, a coisa toda era bastante simples: se uma mulher ou grupo de mulheres ou o sexo feminino inteiro tivesse alguma desvantagem em relação aos homens, fruto de injustiça, eu apoiava a reparação. Quando comecei a ler sobre o assunto, pouco é verdade, percebi que muitas das demandas das mulheres não se resolviam no final, na consequência, na ponta do processo obrigando empregadores (ou empregadoras) a contratar mais mulheres ou lhes pagar mais, MAS sim ao prepará-las melhor para o mercado de trabalho. Mas isto, aí é que está... Não é algo que os homens devam fazer por elas, mas elas que devem fazer por si mesmas. Ou seja, elas devem se preparar melhor para o mercado de trabalho (o que, na verdade, já estão fazendo a todo vapor), abdicar de ficar grávida (ao menos temporariamente) e, assim como os homens, lutar por uma simplificação, quando não mudança mesmo de nossa legislação trabalhista arcaica. Eu não digo isto, especialmente o 2º item de bom grado, pois adoro filhos, só que pensando como empregador é simples, eles não vão querer empregar quem pode se ausentar durante meses. Não é a toa que justamente nos países em que as mulheres são melhor tratadas e consideradas no mercado de trabalho sejam os que elas mantém as mais baixas taxas de fertilidade/fecundidade (número de filhos por mulher em idade fértil). Daí que, voltando ao assunto, uma mulher lutar por sua melhoria individual, sou de pleno acordo. O problema é quando disto se parte para uma chorumela ressentida e auto-vitimizadora. Daí é um saco e a coisa evolui para situações que pouco teria a ver com categorias coletivas tão amplas, como o sexo feminino. Para dar um exemplo claro do que digo, esses dias vi aqui no facebook, que passa muita notícia que nem sempre tem a ver com o que procuramos ou visualizamos com frequência em nossas linhas de tempo, uma notícia sobre uma cantora mexicana, bonita inclusive, mas que nem procurei ver que estilo de música tinha ou se era boa cantora. O modess, como se diz? Absorvente dela caiu, parecendo um enorme guardanapo entre as coxas durante uma apresentação. Vi em uma foto em um desses sites politicamente corretos, Huff alguma coisa. Detalhe, a mulher estava com uma sainha pouco maior do que um band-aid e, claro que se ela dança muito (imagino que fosse o caso), o troço ali não ia se sustentar muito a não se que estivesse enterrado. Enfim, tudo bem até aí, fofoca pra caramba, um monte de babacas falando mal da garota e poderia ter fim a reportagem, mas não.... Acho que a jornalista que escreveu a matéria resolveu por em prática toda baboseira que aprendeu em "introdução à sociologia" na faculdade e começou um discurso auto-vitimizador pra lá de piegas... "nós que sofremos com a discriminação machista", " se fosse homem ninguém comentava", "eles nos julgam e fazem escárnio por um situação vexatória", "essa situação reflete o patriarcado em nossa sociedade" e um monte de besteira. Quer dizer que um punhado de caras, digamos 6 ou 8, nem 10 fazem chacota da moça e o caso vira o cume do iceberg de uma luta entre sexos? Cara, isto é um exagero atroz e faz com que não se leve a sério a luta feminista por causa disto, destes casos que na falta do que falar e postar (já que o site publicou uma fofoca para falar mal depois de quem faz fofoca), cai na mesma decoreba cheia de clichês como se ainda tivéssemos um patriarcado onde as mulheres não têm nenhuma voz e liberdade.
Quanto ao artigo sobre o péssimo tratamento dispensado às mulheres no mundo islâmico[1] é bem isto mesmo, em que pese as variantes regionais ou nacionais na dominação das mulheres, o islã tem um sério problema com a ideia de prazer. E creio que tu pegaste bem o ponto, as feministas (ou pelo menos a grande maioria delas), nem sequer comenta o que ocorre nesta cultura atroz. A razão, como podemos imaginar, é a fusão do feminismo com o movimento geral das esquerdas e aí, qualquer cultura não ocidental e que prime pelo desenvolvimento capitalista e democrático passa a ser uma “vítima do capitalismo, imperialismo e globalização”. Este coletivismo metodológico, de entender o islã inteiro como uma cultura com homogeneidade e posição política coesa anticapitalista é a típica forçada de barra da nossa esquerda ocidental atual. E quando se critica este absurdo há uma condenação automática de nossa postura ao nos tachar de “etnocêntrico”, “preconceituoso” ou “racista”. É a eterna busca de um meio de cercear o pensamento alheio, agora com uma espécie de código de ética para não se criticar a cultura muçulmana ou o islã.

Não é só contra o feminismo atual que devemos bradar contra, mas sim atacar qualquer forma de coletivismo. Não podemos admitir um relativismo ao ponto de se criticar atitudes machistas no mundo ocidental, mas permitir na cultura islâmica “por ser sua marca própria, outra cultura” etc.
Quando esta "autodeterminação" se torna uma opressão à liberdade de indivíduos, não existe respeito, mas desprezo, nojo de minha parte. Acho que é muito fácil reclamar uma autodeterminação dos povos em detrimento do livre-arbítrio ou como se este fosse menos importante, especialmente quando não se é uma mulher com o destino traçado e definido por outra pessoa. Se é que se pode chamar isto de 'pessoa'.

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Se concorda, compartilhe.





[1] “Como as mulheres (de todas as idades) são vistas pelo Islã?” Disponível em: https://conscienciavisionaria.wordpress.com/2015/08/31/como-as-mulheres-de-todas-as-idades-sao-vistas-pelo-isla/. Acesso em 20 jan. 16.

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Reducionismo barbaridade


Esta autora aí tem um grande valor para países como o Brasil de hoje, sua saga contra o coletivismo é louvável. MAS, em se tratando de filosofia, ela deixa muitas brechas, principalmente por tentar reduzir a ação humana a uma mera ação econômica e esta não está livre de percepções morais e da cultura como um todo. Há também entre os chamados 'randianos' uma certa falta de clareza e objetividade(!) no que se refere ao conceito das palavras, como é a questão do próprio egoísmo. Ora, se o egoísmo tem sua racionalidade, o que ela propôs chamar de "egoísmo racional" é totalmente redundante. E tentar levantar um véu semântico para justificá-la, como fazem muitos de seus adeptos, não adianta, pois dizer tudo que tem a ver com o Eu é fruto do egoísmo confunde este com o egocentrismo. Ademais, se hoje vivemos uma guerra cultural contra o coletivismo, em particular na sua forma estatista, isto não exime que atores individuais possam, de livre e espontânea vontade agir altruisticamente. O que me incomoda demais na autora é esta filosofia simplista de lógica binária, na qual ou eu sou "do bem", um "egoísta racional" ou eu sou "malvadão", um coletivista que quer obrigar todos a um altruísmo forçado e falso. Ora, como indivíduo, sobretudo se eu for bem sucedido economicamente, nada me impede, sem que eu tenha sido obrigado para tanto partir para ações voluntárias (se me permitem a redundância...) e ajudar os demais. Veja... O trânsito serve como analogia: se formos totalmente egoístas em um dia de chuva com semáforos pifados e não cedermos a vez para ninguém, o "sistema não anda". Da mesma forma, se formos completamente altruístas e cedermos sempre, nossa fila é que não andará prejudicando todo o sistema de tráfego também. Claro que esta é uma analogia igualmente simplista para caracterizar todos os sistemas sociais, mas o que se percebe é que a filosofia de Ayn Rand é tão simplista que até com uma analogia destas é possível contestá-la de modo, pelo menos para mim, bastante eficaz. 
 Cf.: Tomatadas: Sobre "Egoísmo racional: o individualismo de Ayn R...: Faz um tempo que estou para comentar o livro Egoísmo racional: o individualismo de Ayn Rand , do economista Rodrigo Constantino (Documenta ...