quarta-feira, maio 29, 2019

Moro perde o COAF: Por que foi uma vitória do governo?

Assistam e entenderão perfeitamente porque é lógico tirar o COAF do Ministério da Justiça, ou seja, de Sérgio Moro e deixá-lo com o Ministério da Economia, ou seja, com Paulo Guedes.

Nem sempre a lógica é ancorada em fatos, mas este garoto relaciona perfeitamente os dois.

Agora me respondam, os tais "idiotas úteis" só se manifestaram no dia 15?

Anselmo Heidrich
29 mai. 19

*Pensando seriamente em assinar o canal do cara.



segunda-feira, maio 27, 2019

As manifestações foram pau-a-pau


Pau a pau. Mas a questão não é essa. Quem eu já ouvi e li concorda comigo:
OS MOVIMENTOS DE APOIO A BOLSONARO NO SUL FORAM FRACOS.
E o que isto quer dizer? O Sul é o piloto, como a chama de uma usina que mostra se está saindo muito ou pouco gás. O que acontece no Sul indica o que acontecerá no resto país. Querem apostar?
Se não for isto será uma cisão maior entre o Sul e o resto do país.
Foi assim no Impeachment, maior aqui para depois se espalhar pelo país, com exceção de S. Paulo, que é uma realidade a parte. São Paulo sempre é grande.
Leiam e aprendam:
MOVIMENTO BRASIL LIVRE,
VEM PRA RUA,
JOICE HASSELMANN
e
JANAÍNA PASCHOAL
viram nestas manifestações um problema às negociações que tratam das reformas e prejudicarão elas mesmos.
Mas gado é gado…. Provavelmente teremos alguma reforma e o governo ainda aparecerá dizendo coisas como:
“Graças às manifestações”, “era isto mesmo que nós queríamos”… Enquanto que tudo era o que já estava, mais ou menos, planejado.
Se o governo quiser ganhar mais ou perder menos, dependendo do ponto de vista, o fato é que a percepção disso pode ser positiva.
AGORA, se você acha que isto é suficiente para o governo caminhar, sinto muito, tu não passa de outro manipulado, do pior tipo, que mente para si próprio.
Uma dica: deixe o orgulho de lado e reconheça que o MBL, que muitos detestam, estava certo; que o VPR estava certo; que nossa querida deputada histriônica, Joice estava certa e; que a baliza do bom senso, a Janaína detectou logo de cara o perigo desse tipo de manifestação.
Não se engane se os apoiadores de golpes contra o Legislativo e o Judiciário se encolheram, eles estavam lá em um recuo estratégico.
Quando eu participei de todas, exceto uma das manifestações pelo impeachment éramos taxativos: NINGUÉM FALA EM CANDIDATO E NÃO SE APOIA NENHUM CANDIDATO OU POLÍTICO. Hoje não é mais assim, se desvirtuou, se corrompeu e uma vez assim, todo o mérito e honra conquistados irão pro ralo.
Sei que muitos pensam que estou fazendo tempestade em um copo d’água, mas creia-me, o regime bolivariano começou com atos de apoio ao presidente, no caso, Chávez e o nazismo cresceu porque muitos pensavam que se a economia vai melhorar qual o problema em conceder um pouco mais de poder àquele louco?
Para quem acha tudo isto um exagero, eu pergunto: quem imaginava que em pleno Séc. XXI teríamos algo como uma Venezuela, riquíssima em petróleo, mas que não soube controlar suas contas públicas sendo destroçada e domada por um caudilho que impôs sua versão de comunismo local aliada ao narcotráfico?
Torço para que tudo não passe de um exagero, aliás, conto isto para expurgar demônios, mas sabendo que tudo não passará de uma ficção distópica se o poder daquele que acredita ser um “enviado de deus” for controlado, limitado e reduzido.
Anselmo Heidrich
27 mai. 19

Fonte da imagem: Comparativo entre as manifestações a favor de Bolsonaro e os protestos contra cortes na educação | Política | G1 https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/05/26/manifestacoes-a-favor-de-bolsonaro-x-protestos-contra-cortes-na-educacao.ghtml

segunda-feira, maio 20, 2019

Exposição Vítimas do Comunismo


Vamos lá, o que vocês ouvem quando acusam “o comunismo de estar por trás disso” em relação às mazelas latino-americanas e mais especificamente, brasileiras tem pouco a ver com comunismo, rigorosamente falando.
Comunismo é uma ideologia criada e herdada do século XIX. Sua criação não foi obra exclusiva de Karl Marx, embora este autor tenha se tornado mais famoso. Havia, o que se chamou no século XX de “socialistas utópicos” que acreditavam que poderia haver um sistema de base comunal, baseado em “bens comuns” que poderia servir a todos na sociedade. E como tantas vezes a História nos provou, esse modelo de repartição de bens, de repartição e distribuição da produção leva ao fracasso. Os indivíduos trabalham, como qualquer animal, sob o impulso dos incentivos, sejam eles materiais ou imateriais, não importa, isto depende do que cada um vê ou sente como incentivo. Eu posso trabalhar a mais por dinheiro simplesmente ou porque um trabalho é gratificante em termos de status, reconhecimento ou porque me “sinto realizado”. De uma forma ou de outra são incentivos que estão por trás do aumento de produtividade. Já, quando somos submetidos a produzir para uma entidade que nos é externa, como o estado, o partido, a igreja, ou o que quer que seja, a produção tende a estagnar ou diminuir, exceto se somos forçados a mante-la crescendo, o que é difícil de realizar, pois teremos que incentivar novamente alguém a obrigar os demais a produzir. Em termos institucionais, o aparato de repressão tem que se sofisticar para obrigar o próprio povo a produzir para uma dessas entidades, o estado, o partido etc., em termos ideológicos, a premissa de que “nós somos o estado e o estado é o povo” se torna fundamental para manter a roda desta engrenagem sistêmica.
Quando Karl Marx criou uma série de teorias para justificar seu método revolucionário de alternância do poder, ele partiu de uma falsa premissa… Quando jovem, Marx se indignou com a prisão de uma camponesa que colhia lenha no bosque na periferia de uma cidade na Alemanha porque o mesmo havia sido vendido (privatizado). Não fazia sentido para ele que antes o que não era crime de repente passasse a ser. Só por causa da assinatura em um pedaço de papel… Realmente, parece injusto. Mas se observarmos de modo mais abrangente, tentando enxergar a floresta e não só a árvore ou, no caso, o sistema e não só o seu efeito, quanto de capitalismo livre mesmo havia naquela sociedade? Pensem… Quantos parques públicos não haviam e que explorados por quem estava nas proximidades não deixando nada para os cidadãos residentes em outros bairros? Isto também não parece nada justo e é o que chamamos de “vantagem locacional”. Então, a melhor forma de equilibrar o acesso à lenha, necessária para calefação nas sociedades europeias do século XIX era ter amplo acesso a um produto — lenha — barato. E para isto se concretizar, o estado teria que diminuir seu controle sobre tais parques, os parques e bosques públicos. Tendo-os privatizado, a competição pela venda de madeira e lenha tornaria o produto mais barato e, portanto, mais acessível. Sei, sei que é muito teórico, mas teoria é uma explicação melhor fundamentada. Se não tivermos outros detalhes e ficarmos restritos a uma situação que, detalhe importante: não se generaliza para todos os lugares e épocas não conseguimos ver o que é fundamental. Vamos viajar no tempo agora…
Imagine uma sociedade que a maioria de seus membros padeça de fome, que não tenha uma alimentação adequada. Vimos isto tantas e tantas vezes na História que parece ser o padrão, não é mesmo? Mas está errado, isto é cada vez mais raro. Exceto por casos recentes em que se optou por um sistema totalmente centralizado de produção e distribuição de bens, como na Venezuela que, não faz muitos anos foi o caso — único no mundo — de redução do peso da população (segundo a ONU), e claro, países em sangrentas guerras civis, a fome em massa não é mais uma realidade. Pode se questionar a qualidade da alimentação, mas esta não é uma questão que dependa do acesso à propriedade privada e sim da cultura do consumidor que optando por este ou aquele padrão de alimentação será rapidamente atendido pelo mercado. Mas falávamos do Comunismo, certo? Para Marx, este seria o sistema final, resultante de todos os conflitos de classes sociais (fundamentais, a burguesia e o proletariado) que após um processo revolucionário (sangrento, necessariamente) de tomada do poder seria instaurada uma “ditadura do proletariado” que Marx definiu como sendo o “socialismo”. Neste estágio da revolução, o estado revolucionário formado por uma cúpula do partido — único, diga-se de passagem — controlaria toda a economia. Por que “partido único”?
Simples de entender, na cabeça de um marxista, na cabeça de Marx cessando o conflito de classes não haverá mais nenhum conflito importante na humanidade, portanto, não há necessidade de partidos que representem interesses diferentes, quanto mais divergentes.
A teoria marxista é como um ciclo de palavras que se fecham onde uma ideia é justificada pela outra. Para justificar a revolução existe a exploração e esta pela história que por sua vez muda para a revolução e assim e assim por diante. Nós sabemos que este nunca foi o caminho verdadeiro para o progresso humano, mas como desmontamos a teoria e suas subteorias (exploração, revolução, alienação, história etc.)? Com FATOS HISTÓRICOS. E estes fatos são detalhes que desautorizam a versão narrada pelo marxismo. Portanto, há dois caminhos que nós, democratas liberais temos que adotar para combater:
1. Provando como o mercado livre e o estado mínimo se complementam e são necessários;
2. Provando como a história de sociedades passadas não foi piorando até serem salvas pelo socialismo e a revolução, mas sim pelas mudanças introduzidas pelo capitalismo.
Mas antes de continuar a falar mal da Esquerda e sua péssima visão de mundo quero fazer um alerta:
Há um tipo de Direita, de mentalidade revolucionária e centralizadora que faz tanto mal quanto esta Esquerda e é só uma questão de tempo para que seus fracassos venham a tona causando tragédias. Porque o que lhes é comum não é a diferença de objetivos, mas a similaridade de seus métodos e por mais que se diga que se quer algo diferente e até oposto de seu inimigo, quando os métodos são os mesmos, para a História dos Fatos e não para a História das Mentalidades, os extremos se tocam sendo a mesma coisa.
Este é um excerto do que foi minha palestra.
Att,
20 mai. 19

Quando um paranoico lidera


Alguns irão à manifestação porque são contra os que querem derrubar o governo, mas eu pergunto quem age mais contra o governo senão o próprio?
É tal o grau de divisão que se eu publico uma imagem de uma ministra da agricultura louvando acordo com Vietnã me acusam de não valorizar o todo e isso ser opinião “da Globo”.
Só mesmo em um país insano para atribuir todas nossas principais mazelas a uma emissora de TV que vende o que a maioria de nós paga para ver.
Outro dia discutia com um bolsominion e ao dizer que a preservação de nossas relações com a China dependerá do Vice-Presidente, fui acusado de gostar da China. Como se eu gostasse de uma ditadura comunista, como se eu gostasse de ditaduras, como a militar que eles, fanáticos bolsominions dizem admirar.
É tanta dispersão de atenção que só posso entender isso como movimento de massa, de fanáticos mesmo. Imaginem um paranoico, que se irrita quando um de seus interlocutores questiona uma de suas ideias e é visto como um forte opositor, do tipo que endossa todos os delírios do paranoico. Por isso ele faz tantos inimigos, porque o mundo de um paranoico é feito “deles contra nós” e no limite, “deles contra eu”.
Como qualquer político, pastor, líder carismático, qualquer pessoa que fale com grande convicção para uma massa de ouvintes semi-alfabetizados e ávidos por guias espirituais, esse sujeito tem um séquito e não discípulos. E ele curte isso. Não vê pessoas, mas um gado e quando uma dessas ovelhinhas se desgarra, o foi por ação diversionista de algum lobo esperto ou porque era uma ovelhinha negra.
Agora, imaginem um doido desses que parte para uma festa de palavras, uma folie à deux em que vários de seus seguidores cada vez piores em intelectualidade e mais fanáticos passa a enxergar conspirações em qualquer ato político que, na sua essência é do jogo do poder mesmo. Não demora muito estarão escrevendo uma carta ridícula dizendo que “o país acabou”.
Mas calma que não ficamos nisto, imagine que este doido receba uma medalha com a mais alta honraria deste país por serviços prestados enquanto que o mais homenageado e respeitado dos militares, guerreiros que colocam seus ombros como escudos para nós o acusa de “desserviço ao país”. E por isso é chamado de “doente em uma cadeira de rodas”.
E quem autoriza a entrega da medalha para o doente mental em outro país, que sequer se dignou a vir busca-la foi o Presidente da República.
Todos já devem ter ouvido histórias de homens pusilânimes que são manipulados por mulheres megeras e inteligentes. Pois é, ao paranoico auto-exilado só faltou a vagina, pois é histriônico e vingativo.
Vingança feminina é a pior.
Vejamos os outros do outro lado, garotos que estudam e resolvem por a política em prática. Eles criam um movimento e, entre erros e acertos chegam à representação na Câmara. São os soldados do principal objetivo prático do governo, uma reforma da Previdência Social, responsável pelo nosso maior déficit público.
Eles passam sob as lentes dogmáticas dos eleitores do auto-proclamado “mito” a serem vistos como “traidores” porque focam no que interessa e sabem que as novas manifestações são menos pelas reformas e mais para encobrir os desmandos presidenciais e de seus filhos que adoram o doente mental auto-exilado.
Outras pessoas que por razões justas ou acasos ficaram para trás no rolo compressor liberal que surgiu pegam carona na onda conservadora e se intitulam “anti-liberais”, porque estes “não preservam as tradições”, sem perceber que no Brasil, o grande problema está em nosso conjunto de tradições que perverte a política – o clientelismo, o nepotismo, o assistencialismo, o coronelismo etc.
A confusão política é precedida por uma confusão conceitual, de nomenclatura mesmo. A importação anacrônica de uma teoria que divide os espectros políticos oriunda da Europa e dos EUA para cá, sem as devidas adaptações fez com que essa massa de fanáticos empunhasse uma bandeira que não existe aqui, a do Conservadorismo.
Por conta disso, dessa adaptação feita nas cochas se defende as maiores atrocidades, como o assassinato de centenas de pessoas por serem “esquerdistas”.
Obviamente, que assaltantes de banco e bandidos têm que ser contidos com força letal, se necessário, mas não por acreditarem em mitos de esquerda e sim, simplesmente, por empunharem armas ameaçando cidadãos. A questão é que esses não chegaram a 500. Se matou mais do que seria justo e por razões injustas.
Mas vai argumentar isso para quem busca uma panaceia política baseada no Catolicismo e vê a diversidade religiosa como um mal em si. Daí os militares passam de “defensores da República”, “os únicos que não se contaminaram com o gramscismo” para traidores porque não deram fim nos esquerdistas, porque são “positivistas”, maçons etc. e tal.
Se voltássemos no tempo e disséssemos a um leitor da Revista Planeta que aquele articulista que tentava explicar as transformações do Leste Europeu pelas posições dos planetas no nosso Sistema Solar afetaria tanto assim a política nacional, o mais devoto dos ocultistas daria um sorrisinho de canto de boca me achando pirado.
Só que entre um episódio e outro, “paranoico escrevendo em revista de misticismo” para “paranoico recebendo medalha da Ordem do Rio Branco” existiu um fenômeno, o da comunicação descentralizada de massa, a Internet.
Nela, os youtubers que recebem “likes” quanto mais visualizações têm e para atingi-las se pode conseguir da forma difícil com (a) conteúdo sério ou da forma mais fácil, com (b) intrigas – “tretas” como são chamadas.
O próprio paranoico é um desses que vive disso e promove seus cursos on line com mais visualizações de seu canal em que abusa da linguagem de sarjeta misturada com o estilo de um Ratinho e Márcia Peltier.
Mas como uma ejaculação precoce, a influência do paranoico fez água e agora, de modo esperto, os incompetentes que querem desviar o foco dão uma cartada como sempre fez a esquerda: criar um mito e uma história de “perseguição”.
Todo governo incompetente faz isso: busca inimigos para se justificar.
Apenas lembrem-se que a ofensa feita ao Clube Militar não deve ter passado em brancas nuvens. E se amanhã ou depois, dependendo do andar da carruagem, essa trupe for defenestrada do Palácio do Planalto não vai adiantar ficar de mi-mi-mi: eles tiveram a sua chance.
Por mais que você tente dissuadi-los, meu conselho é, use-os, use-os como escadas para subir e falar aos que não caíram na conversa fiada persecutória. Paranoicos são como cogumelos, sempre prontos a surgir após uma chuvinha qualquer e chuva de imbecilidades, charlatanismo e messias é o que não falta.
Doentes.
Anselmo Heidrich
19 mai. 19
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Imagem “Amazing Field of Miniature Mushroomshttps://www.flickr.com/photos/pictoscribe/30748125366

quarta-feira, maio 15, 2019

Canais do YouTube que sigo e recomendo

POLÍTICA E POLÍTICA EXTERNA

• Hoje no Mundo Militar [https://www.youtube.com/channel/UCxDFRhF3Y1A_Gd0-cF8gbqQ] — ótimo canal de um aficionado em tecnologia militar que acaba por comentar sobre história, política e um pouco de economia envolvendo o assunto;
• TV Coiote [https://www.youtube.com/channel/UCQNr3rhXfVXhMSYb3k43atA] — jornalismo de verdade, com muita descrição, análise e, ocasionalmente, opinião, nesta ordem;
• VisualPolitik [https://www.youtube.com/channel/UCJQQVLyM6wtPleV4wFBK06g] — pare com tudo, esse é simplesmente o melhor canal de todos;
• William Waack: “Painel WW” [https://www.youtube.com/channel/UCAVq36KDhPluroMCL1BZhbg] — o nome desse jornalista dispensa comentários, o melhor jornalista que a GloboNews já teve, especialmente, sobre política externa e geopolítica;

ATUALIDADES (política, sociedade)

• Excluí o Morning Show, após Caio Coppolla se mostrar desonesto quando foi confrontado por Glenn Greenwald;

ECONOMIA

• Mundoruralbusiness [https://www.youtube.com/channel/UC09bGSDmqxLV8RPMJ9hJcOQ] — canal dedicado ao agronegócio, com alguma pitada de política;

MÚSICA

• Regis Tadeu [https://www.youtube.com/channel/UCR_LXN3N28gCJ-zL65SN1iQ] — o homem manja muito de história de grandes grupos e tem opiniões polêmicas sobre “gosto musical”, muitas das quais eu concordo, mas o melhor é ver a personalidade irritada do sujeito sobre banalidades;

HISTÓRIA e CULTURA

• Masaman [https://www.youtube.com/channel/UC1vVNQN-TCy8d3Mb_Owr2Kw] — esse cara é um tarado que estuda as raças (sim, RAÇAS) e sua evolução na história baseado na genética (sim, não é nada aleatório). Para quem está torcendo o nariz achando que é “discurso racista” tenho um recado: você está redondamente equivocado;

PSICOLOGIA, COMPORTAMENTO

• Metaforando [https://www.youtube.com/channel/UCh7TUTXojlE8vRtb-EnuDzw] — canal especializado em linguagem facial (que não muda de acordo com a cultura) com descobertas sobre quem nos relacionamos e nós mesmos;
• Carisma no Comando [https://www.youtube.com/channel/UCxTTuAGVXR-xz9z5A-6BlEQ] — uma definição um tanto imprecisa é de “um canal de auto-ajuda não religioso”, isto é, algo como um guia de percepção de erros que cometemos.

Anselmo Heidrich

15 mai. 19

segunda-feira, maio 13, 2019

O Estado-Tampão Ucraniano


O nome Ucrânia significa, literalmente, “ no limite”, “ fronteira”, “ margem” e, embora seja um país reconhecido mundialmente, para a geopolítica russa seu significado etimológico vale na prática. Como bem asseverou George Friedman, “a Ucrânia é tão importante para a Rússia quanto o Texas para os Estados Unidos e a Escócia para a Inglaterra”. O país paga um preço por sua localização estratégica, sempre situada na borda de impérios ou grandes potências. Nos séculos XVII e XVIII foi dividida entre a Polônia, a Rússia e o Império Otomano; no século XIX, pela Rússia e pelo Império Austro-Húngaro; no século XX foi livre por um breve período após a I Guerra Mundial, para, depois, fazer parte da União Soviética na maior parte da sua história moderna.
Em termos de controle territorial efetivo, a Ucrânia é um país dividido em três domínios: o Leste, com as províncias de Donetsk e Lugansk — na denominada região de Donbass — nas mãos de rebeldes separatistas (chamados de “ terroristas” por Kiev); o Centro e o Oeste, sob administração da capital ucraniana; e a Península da Crimeia, sob controle da Rússia. Essa situação começou a ser gerada em 2013, quando o então presidente Viktor Yanukovych se negou a assinar os termos de um acordo de cooperação com a União Europeia para buscar apoio com o Kremlin.
Este foi o estopim para uma série de protestos — o Euromaidan — que se estenderiam por 2014 acompanhados de repressão. Sem condições de governar, Yanukovich deixa o país e se refugia, provavelmente na Rússia, com paradeiro desconhecido. As acusações de violência de um governante pró-russo facilitaram a chegada ao poder de Petro Poroshenko, magnata ucraniano formalmente comprometido com as reformas modernizantes para futura integração com a União Europeia.
Kiev foi o epicentro dos acontecimentos que representavam o centro e o oeste do país, cuja maioria de seus habitantes fala o ucraniano e se sente motivada a integrar a União Europeia. Mas, o mesmo não era válido para o leste e sul, mais “ eurocético”. Na esteira dos acontecimentos, o referendo da Crimeia em 16 de março de 2014 sobre a possibilidade de se juntar à Rússia, com 96,77% de aprovação, deu a “ legitimidade” para que a Rússia anexasse a península e fosse dado apoio militar e humanitário aos rebeldes no Donbass, levando a uma animosidade crescente entre os governos russo e ucraniano.
Restou à Ucrânia manter estratégias complementares em três níveis de atuação:
1ª. Militar — as tropas ucranianas lutam na frente de batalha contra as forças separatistas pró-russas;
2ª. Diplomática — Kiev busca apoio da comunidade internacional, embora seja uma estratégia difícil na medida em que a Rússia faz parte do Conselho de Segurança da ONU, com poder de vetar determinadas Resoluções;
3ª. Econômica — busca de apoio na aplicação de sanções contra a Rússia e na criação de incentivos para o término da guerra.
Seja em seu passado ou no seu presente, a Ucrânia não é só dividida por forças externas, mas também apresenta uma dicotomia interna entre grupos étnicos e linguísticos com opções e visões políticas majoritárias antagônicas. Entre uma nação pró-russa ou pró-europeia há uma terceira via de estruturação política: o chamado “ estado-tampão”. A ideia é seguir um modelo independente em que não se alie a nenhum dos poderes que disputa seu apoio, especialmente sem formular sua política externa de acordo com o interesse de nenhum outro governo estrangeiro, leia-se Moscou ou Washington.
No entanto, conforme tem sido observado, sua aplicação não é algo fácil, especialmente quando lideranças locais desejam uma maior integração com um outro país, com uma ou outra economia. Enquanto empresários e profissionais autônomos desejam ampliar seus laços com polos próximos, em cidades como Varsóvia ou Frankfurt, o Leste, com a indústria de extração mineral, vê o mercado russo como um porto seguro para seus empregos e modo de vida.
Embora haja casos bem-sucedidos de Estados-tampão na história, como a Finlândia, a Suécia e Áustria o foram durante a Guerra Fria, ou a Suíça durante séculos, nem sempre houve sucesso, como se viu no caso da Bélgica durante a I Guerra Mundial, da Polônia no Entre Guerras, ou do Afeganistão no século XIX. Além disso, não se pode descartar as constantes intrigas internas que irão ocorrer pela busca de apoio externo e acusações mútuas de interferência. Normalmente, Estados-tampão funcionais são aqueles que não apresentam grau de ameaça alguma para seus vizinhos ou potências em disputa, e, conforme se observa, este não é o caso da Ucrânia.
Em termos militares, a vantagem para Moscou nesta disputa é que não há um interesse concreto na invasão militar por parte da OTAN, nem tampouco em armar a Ucrânia, pois os custos e riscos de uma operação desta monta seriam muito elevados.
Para a Rússia, a Ucrânia oferece: (a) posição estratégica e (b) produtos agrícolas e minerais. Enquanto que os últimos têm grande importância, o primeiro é fundamental para a existência da Federação Russa. A longa linha de fronteira e a distância de apenas 490 quilômetros do território ucraniano em uma topografia plana, de fácil travessia, tornam sua defesa imprescindível.
Acrescente-se que os portos ucranianos de Odessa e de Sevastopol na Crimeia são mais importantes que o de Novorossiysk, localizada no Krai de Krasnodar e ponto chave de acesso ao Mar Negro, e permitem a presença e influência russas nos mares Negro e Mediterrâneo. Os outros portos russos ao norte, no Báltico, têm seus mares congelados no inverno e podem ser bloqueados pela Groenlândia-Islândia-Reino Unido a oeste; pela Dinamarca no Báltico; e pelo Japão no extremo Leste.
Uma Ucrânia neutra pode ser algo desejável, mas não é garantia de estabilidade do ponto de vista russo, dadas as possibilidades de mudança da percepção social (como já ocorreu) e de posição política interna. Acredita-se que o caminho esteja na constituição de parcerias internacionais para um desenvolvimento conjunto. Daniel Drezner avaliou a melhor solução para conflito que passa pela restauração econômica do país: “Para salvar a Ucrânia e, eventualmente, restaurar uma relação de trabalho com Moscou, o Ocidente deve procurar fazer da Ucrânia um estado neutro entre a Rússia e a OTAN. Deveria se parecer com a Áustria durante a Guerra Fria. Para esse fim, o Ocidente deveria explicitamente tirar a expansão da União Europeia e da Otan, e enfatizar que seu objetivo é uma Ucrânia não alinhada que não ameace a Rússia. Os Estados Unidos e seus aliados também devem trabalhar com Putin para resgatar a economia da Ucrânia, uma meta que é claramente do interesse de todos”.
A Ucrânia é interesse estratégico para a Rússia, e grandes potências não abandonam seus interesses estratégicos. Nesse sentido, conforme vem sendo destacado por analistas, armar o país é ideia arriscada que potencializaria a crise. Pelos elementos observados, conclui-se que os líderes russos não vão aceitar a retirada da Ucrânia de sua órbita de influência e a solução para o conflito não passa pelo confronto, mas pela diplomacia.
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 Encontro entre Viktor Yanukovych e Vladimir Putin” ( Fonte): http://en.kremlin.ru/events/president/news/16298
Imagem 2 Mapa da Orientação Geopolítica da População Ucraniana,2015” ( Fonte): http://soc-research.info/blog/index_files/category-geopolitics.html



Originally published at https://ceiri.news on May 13, 2019.