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quarta-feira, julho 25, 2018

Demografia e Decadência





Não há muito a prever, mas há muito a dizer. A demografia é daquelas condições da qual não se pode ignorar, não para quem deve se dizer estadistaou para os que desejam um desses para nosso país. Portanto, sonde seu candidato nesse e outros temas, ao invés de buscar suas qualidades míticas…
O site UOL divulgou pesquisa sobre as tendências da composição etária do país, principalmente na distribuição de jovens e idosos (mais de 65 anos). Isto é, mantido o atual ritmo de declínio das taxas de natalidade e mortalidade, em um prazo de duas décadas, o Brasil será um país com mais idosos do que jovens na grande maioria de seus estados. E isto nos convoca, sim, se trata de um verdadeiro chamado a Razão para que reformas sejam, urgentemente, feitas. Urgentemente.
O que sustenta nosso esquema (público) de aposentadorias é a tributação da parcela ativa (trabalhadora) da população e, claro, devidamente registrada no Ministério do Trabalho. Que há mais gente trabalhando do que temos com carteiras profissionais não há dúvida, mas para o esquema de funcionamento da pirâmide da previdência só contamos com os que pagam impostos e têm parcelas recolhidas diretamente na fonte. Pensando desta forma limitada, sem considerar esquemas alternativos, privados ou mistos na previdência social, a fórmula atual é uma bomba relógio pronta para estourar, na qual teremos muito em breve (em termos históricos), idosos na mais completa situação de penúria.
São apenas cinco mandatos presidenciais para tentarmos reverter este quadro. Se a Reforma da Previdência não for feita agora ou no próximo mandato, essa gente vai simplesmente apodrecer e morrer em casa, mesmo porque a mão de obra da saúde não ficará aqui vendo o navio afundar. A relação entre idosos e jovens vai mudar completamente. Hoje temos cerca de 43% de idosos em relação ao total de jovens, mas em 2031, tende a ser mais de 100%. Segundo a matéria:
A projeção é feita com base no índice de envelhecimento da população, que é a razão entre os dois grupos etários. Atualmente, o indicador é de 43,2% de idosos com 65 anos ou mais para cada cem crianças de até 14 anos. Daqui a 21 anos, na média nacional, a estatística ultrapassaria os 100%. [IBGE projeta Brasil com mais idosos do que crianças em 21 anos]
Obviamente, que a mudança não é uniforme, o Rio Grande do Sul já superará a marca em 2029, Rio de Janeiro e Minas Gerais, quatro anos mais tarde. Essa é a tendência geral para todos os estados brasileiros, com exceção de Amazonas e Roraima que em 2060 ainda teriam mais jovens que idosos, mas como se diz, serão exceções que confirmariam a regra, caso as atuais tendências se mantenham. Agora, já lhes passou pela cabeça a extinção do gaúcho e a formação de um estado-pária em Roraima?
O gaúcho vai se extinguir, pois tendo mais idosos que jovens por volta de 2030, a população declina, morrendo dois para cada um que permanece vivo. Brincadeira… Temos que considerar a imigração no cálculo, mas não resisti ao comentário só para irritar meus conterrâneos tradicionalistas. O fato é que a população do estado não é formada só pelo crescimento vegetativo (natalidade menos mortalidade), a própria colonização no seu passado veio de outros estados, como os Bandeirantes.
Agora, o que é um estado? Uma de suas condições necessárias, em tese é a capacidade de auto-financiamento, de gerar receita própria — calma! eu disse, “em tese” — o que não se observa em estados como Roraima e que tende a piorar com isso. Imagine a vida do jovem nesse estado que hoje tem mais de 34 áreas indígenas que perfazem mais de 46% do seu território, alguma chance de se empregar e crescer trabalhando? Alguém quer fazer um bolão para apostar que mais gente irá resgatar sua “ancestralidade indígena” para viver de algum esquema de financiamento?
Outra desigualdade induzida — por quem? ora, pelo estado-provedor — é a diferença no tratamento entre homens e mulheres. Se atualmente as mulheres (79,8 anos) vivem em média quase sete anos a mais que os homens (72,7), por que diabos podem se aposentar mais cedo? E essa diferença está prevista para se manter até 2060 (84,2 para as mulheres; 77,9 para os homens). Ok, se ainda pensam que há razão para isso, mas onde deveriam enfiar aquele discurso de que elas “são iguais aos homens”?
E por fim, mas não finalmente, mais um alerta para quem acha que basta transferir recursos de outros setores (afinal é assim que se faz por aqui) para a previdência social. A conta não aumentará apenas porque teremos mais idosos, mas porque o número de dependentes aumentará:
Em 2060, o país teria 67,2% de cidadãos considerados dependentes (acima dos 65 ou abaixo dos 15 anos) para cada cem pessoas em idade de trabalhar. A razão de dependência hoje é de 44%.
Pior que isso? Sei lá, talvez um apocalipse zumbi… Piorado, com residentes das casas de repouso fugindo dos morto-vivos com seus andadores. Ou seja, em um cenário futurista do Brasil, a série Walking Dead não teria graça nenhuma, tamanha a disparidade de chances entre caça e caçadores.
Anselmo Heidrich

segunda-feira, novembro 23, 2015

Socialização americana VS. Apartheid europeu


De que modo o sistema americano é superior aos europeus na assimilação de imigrantes e como isto pode refletir positivamente na dissuasão do terrorismo?

[Socialização americana v. Apartheid europeu https://youtu.be/i4sRi_7iVrQ?list=PLIvRyHK-Wb1gZP5MTvn4omDfJmhfTArb0]
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terça-feira, agosto 04, 2015

Toma que o filho é teu


Esses dias um amigo me perguntou se eu podia publicar algo sobre o aborto, mas eu não tinha nada pronto. O assunto me incomoda bastante e, apesar de eu ser moralmente contrário a este ato de barbárie (salvo exceções que não devem servir de base para uma política geral). O caso é que há várias outras formas de se evitar gravidezes indesejadas, de planejar ter (ou não) um filho e estas parecem não ser objeto de consideração por parte de quem discute os "direitos da mulher", mas apenas o ato de extrair ou não o feto. Aqui, em um texto de 2008, eu discuto estas questões que envolvem o planejamento familiar e seu contexto ideológico. Lembrando que críticas e sugestões são muito bem vindas:

Cf. Toma Que o Filho é Teu http://www.rplib.com.br/index.php/artigos/item/2131-

terça-feira, maio 28, 2013

Bom dia, por mais este dia

Recém nascido é encontrado vivo em tubulação de esgoto. Fonte: dailytelegraph.com.au
 O vídeo abaixo pode não ser tolerado por quem for mais sensível, ou não quiser encarar a realidade. Um bebê recém nascido foi encontrado com vida em uma tubulação de esgoto na China. Com 2,3 kg, o bebê foi jogado dentro de uma privada e acabou entalado, provavelmente, em um cano de 100 mm. Seu chorinho atraiu atenção de vizinhos que chamaram o resgate. Os pais, ou seja lá quem for que tenha feito isto, que tenha tentado assassiná-lo está sendo procurado. Foi salvo e sofreu pequenos cortes no rosto.
       Antes de mais nada deixe-me dizer algo, por mais que explicações sociológicas procurem causas mais abrangentes, como a política de um filho único pressionar casais chineses para cometerem o infanticídio, isto não é desculpa; filhos gerados fora de casamentos também não são desculpa para serem assassinados; acusar o governo em última instância por este tipo de atrocidade não é desculpa.
             Sei que Pequim tenta evitar o pior, uma bomba demográfica chinesa que crescendo menos de 1% ao ano significam milhões de seres humanos acrescentados. Se subestimássemos os dados chineses, como algo em torno de 1,2 bilhão ao crescimento de 1% teríamos uma população de São Paulo (município) por ano. Sendo que a produtividade agrícola não aumenta na mesma medida e seu PIB tem desacelerado, um inferno malthusiano se avista no horizonte. Mas, a moral não é matemática. E uma esterilização se configura como solução ética para monstros. Não chorar sob o leite derramado não significa se eximir de propor políticas de prevenção, que deveriam ser adotadas por qualquer infame que ache que o sacrifício e dedicação de seus pais não seja uma obrigação. 
A matéria:
Newborn pulled alive from sewage pipe in block of flats | thetelegraph.com.au
O vídeo:
          O mundo se divide em quem presta e quem não vale o feijão que come ou, no caso, o arroz.

terça-feira, outubro 16, 2012

O futuro de minha geração – I

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/gente-um-tabu-a-ser-enfrentado

Por Anselmo Heidrich

Espero morrer antes de ficar velho (falando sobre minha geração)[1] cantava Roger Daltrey, vocalista do The Who, com seus menos de 21 anos. A indignação pela repressão discriminatória à geração que formaria a base da contracultura dos anos 60 dava lugar a um dos mais tolos preconceitos, o de que “velhos são ultrapassados”. Modas intelectuais e ideologias melhor formatadas também produziram este tipo de pensamento, de que o que é bom já se foi, ou dura pouco, ou pertenceu a uma “idade de ouro” impossível de repetir. Dentre tantos exemplos que podemos colher, vejamos este:

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

A abulia européia e o remédio inócuo

O especialista em estratégia diz, em ótima entrevista: “A Europa está abúlica, perdeu o ímpeto de empreender e de exercer o poder político” | Ricardo Setti - VEJA.com
Mas, eu discordo desta verve integradora do texto. Acho que uma associação como o NAFTA ou a APEC já seria de bom tamanho para a Europa, coisa que já tiveram aliás. Mais do que isto necessitaria de "ajustes históricos" que implicariam na supressão de nacionalidades. Não tem como equiparar com os EUA que são uma federação ou com uma Alemanha, que era foi um país dividido, mas um país. Imagine... Desde quando dinamarqueses irão tolerar as touradas espanholas? Agora mesmo os escoceses não estão querendo (novamente) se separar do Reino Unido? Então sigo o velho o ditado "o ótimo é inimigo do bom" ou como meu irmão, engenheiro, portanto mais preciso e prático diz "o ideal é inimigo do bom". Não dá para tentar levar ao pé da letra a palavra integração, que daí não rola nada mesmo. Quanto ao desequilíbrio etário e a vadiagem européia, eu estou de pleno acordo.
Enfim, não dá é para imaginar remédios irreais para uma situação que urge soluções práticas.

quarta-feira, agosto 31, 2011

População do Brasil se interioriza e descentraliza


Cidades médias em crescimento, o que implica numa descentralização da renda. Tudo o que os planificadores do regime militar e seus críticos de esquerda sempre apontavam, agora é alcançado sim, mas graças a força e dinâmica do próprio mercado.

Setores econômicos como o agronegócio e a construção civil são esteios que provam isso, com exceção da extração de petróleo, claro.

Outro dado interessante é que houve redução relativa da população das metrópoles, que já tiveram 30% dos habitantes em apenas nove delas, enquanto que agora quinze detêm apenas 21%.

Cf.:


Entre as cidades, São Paulo continua sendo a mais populosa, com 11,3 milhões de habitantes, seguida pelo Rio (6,4 milhões), Salvador (2,7 milhões), Brasília (2,6 milhões) e Fortaleza (2,5 milhões). Os 15 municípios mais populosos somam 40,5 milhões de habitantes, representando 21% da população.
O conjunto das 27 capitais concentra 23,8% da população, participação semelhante à do ano 2000. Segundo o IBGE, "isso mostra que o dinamismo populacional do Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior e se manifestando nos municípios de porte médio, especialmente aqueles com população entre 100 mil e 200 mil habitantes".
Entre esses municípios, destacam-se aqueles cujas economias estão voltadas para o agronegócio, para as atividades petrolíferas e os que demandam mão de obra para a construção civil.
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quinta-feira, agosto 18, 2011

Sofismonomics: o que é bom para os EUA também é para o Brasil?




Além de escrever mal, este cara sofisma: "[o]s endinheirados locais adoram os impostômetros eletrônicos que denunciam o peso da carga tributária. Mas escondem que, também por aqui, quem ganha mais paga pouco e sonega muito. Sobra até para comprar ilhas na Bahia." Ora, "endinheirados" que vêem impostômetros são, sobretudo, classe média. Classe média que prefere concursos públicos a abrir empresas porque esta opção é difícil, onerosa e incerta. Incerta não poderia deixar de ser, mas os trâmites necessários, a burocracia que não faz jus ao nome, pois deveria racionalizar o processo e não prejudicá-lo e os riscos envolvidos a atividade empresarial tornam as opções de carreiras públicas ou da sonegação mais viáveis.
Não faço coro aos que acham que o estado para nada serve ou que simplesmente tem que se baixar tributos. É algo similar a liberação das drogas que, se for feita teria que vir acompanhada de uma série de leis mais rígidas para quem cometesse delitos associados a elas. Ou seja, reduzir tributação não poderia vir desacompanhada de um debate, de um programa e da revisão legislativa sobre como funcionam os fundos com recursos para os quais a tributação fora destinada. 


Sobre os promotores desses marcadores de índices de tributação serem associações comerciais ou sindicatos de donos de indústrias, a fonte ou o promotor da fonte, ou o interesse no caso é irrelevante. O que importa é o que se descobre. Suponhamos que haja grupos antiliberais na ONU que descobriram que via AGA pode-se tributar mais. A “solução” proposta é e sempre será questionável, mas isto não desautoriza por si mesmo o resultado ou resultados obtidos com pesquisas em torno do AGA. Ou se alguém pesquisa demografia tendo em vista um controle de natalidade, o que seria uma proposta dele exclusivamente, devo por isso deixar de atentar para o problema da alta fecundidade na África Subsaariana? Tratá-lo como uma “falsa questão” porque ela me sugere uma inevitável submissão aos ditames de certos malthusianos? Claro que não, haja falta de imaginação! No mínimo há mais de um modelo de recuperação ou tratamento ou desenvolvimento para uma questão, ainda mais sujeita a tantas variáveis como é a transição demográfica. Uma coisa não depende necessariamente da outra, pois posso enxergar como melhor solução (ou talvez única?) o aumento do emprego feminino no mercado e consequente redução da taxa de fecundidade. Separar objeto de projeto é fundamental, até mesmo para quem quer um projeto mais sólido e embasado na pedra da verdade.
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sexta-feira, agosto 12, 2011

Uma nação que esquece de seus jovens


Dica:

CARPE DIEM: The Mark of a Tired Nation: Today's Retirees Pay Less Than 50% of Their Lifetime Medicare Benefits

Excelente. Apenas notem que o autor não está endossando nenhum "esquema de transferência estatal" como parece sugerir o autor dos comentários do post, apenas que, do jeito que está, a aposentadoria nos EUA (assim como em boa parte do mundo) está cada vez mais insustentável, ao mesmo tempo que dificulta o desenvolvimento de uma nova geração de pessoas ao investir mais nas velhas gerações.
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quinta-feira, agosto 04, 2011

Envelhecimento e aumento do custo de vida


Texto muito bom sobre nossa transição demográfica em direção à senilidade. Para quem pensa que a aposentadoria se tornará algo equivalente a menos gastos, um menor custo de vida vale a leitura:

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terça-feira, julho 05, 2011

Liberdade econômica e expectativa de vida


         A liberdade econômica não só é o melhor passo para a prosperidade, como também para uma vida mais longa.

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