quinta-feira, setembro 29, 2016

Bem vindo ao mundo do ESTADO-PROVIDÊNCIA!


Imagem: dn.pt

Leia, leia isto: França:


Uma prova da antifuncionalidade das políticas públicas francesas é que esses doutores, licenciados não são úteis à sociedade, não há demanda para suas 'habilidades' e que eles chegaram onde chegaram graças a um subsídio do estado francês. Cara... Se vai subsidiar, pelo menos que faça coisas úteis como abrir uma estrada, plantar milho ou aprender a produzir queijo. Ou no caso da França por que não desregulamentam aluguéis para locação da indústria cinematográfica? Daí, quem sabe não teríamos filmes tão chatos.

Isto me lembrou do Fidel que certa vez perguntado sobre por que em Cuba havia tantas mulheres com curso superior na prostituição respondeu com sua lógica porque em Cuba o sistema de ensino é tão bom que até prostitutas tem faculdade...

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http://inter-ceptor.blogspot.com/
Fas est et ab hoste doceri – Ovídio

Se concorda, compartilhe.    

quarta-feira, setembro 28, 2016

Aluna filma professor defendendo o PT em sala de aula



Como o discurso da luta de classes não convence mais ninguém com o mínimo de massa encefálica, o jeito é misturar os conceitos, classe com raça, como faz o picareta travestido de professor neste áudio.



segunda-feira, setembro 26, 2016

O Diabo dos Detalhes da Reforma de Ensino


A partir de informações bastante superficiais, a reforma do ensino médio proposta pelo governo atual é muito bem vinda e inegavelmente superior a tudo que os governos petistas puderam oferecer na área como, aliás, em todas as outras... Mas isto não deve servir para baixarmos a guarda, o problema em algo tão abrangente consiste nos detalhes que não são levados em consideração. E são estes detalhes que são capazes de inviabilizar um bom projeto.
Já ouviu ‘O Diabo dos Detalhes da Reforma de Ensino’ de Anselmo Heidrich na #SoundCloud? #np https://soundcloud.com/anselmo-heidrich/o-diabo-dos-detalhes-da?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=twitter

Imagem: sixtygig.com
 *Obs.: Cantei quase todas as músicas junto.

quinta-feira, setembro 22, 2016

O Estelionato Pedagógico da BNCC – 02




Tem algumas mentiras brabas aqui nesta matéria:
Polêmicas do novo currículo de história serão temas de seminários #G1
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/01/polemicas-do-novo-curriculo-de-historia-serao-temas-de-seminarios.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar
Em primeiro lugar, não há nenhuma dedução lógica de que as desigualdades sociais diminuirão porque o país adotará um currículo comum em todo o território nacional. Até pelo contrário, se tais desigualdades existem e devem ser tratadas por políticas públicas, estas devem se diferenciar com o intuito de igualar os desiguais. Uma coisa é uma igualdade jurídica, outra bem diferente é querer que os diferentes estratos econômicos e sociais tenham o mesmo tratamento ao ponto de ignorar suas particularidades regionais e socioculturais.

Em segundo, pelo que sei os currículos são múltiplos e variados, sobretudo em países com grande diversidade regional. O que existe no sentido de homogeneização é uma postura de alguns grupos que querem impor uma visão de mundo sobre os diversos municípios, cidades, estados etc., no sentido de restringir as opções de ensino. Se certo ou errado em seus conteúdos é outra questão, mas o que não se pode é achar que alguém detém a solução mágica para o currículo perfeito como se tirasse o coelho da cartola.

O que me impressiona é a sucessão de fatos sem nexo, se o ex-ministro da educação, Renato Janine Ribeiro apresenta um documento e depois, já desempossado admite falhas sem sequer fazer uma defesa do mesmo, o que me passa a nítida impressão de que ele não leu e nada mais fez que terceirizar sua confecção.

Assim como a desculpa esfarrapada do MEC, de que se limitou ao papel de “condutor do processo” e não de autor do documento. Ora! Quem foi que autorizou sua impressão? Não tem o selo do ministério ali, como uma assinatura? O selo do MEC vale a mesma coisa que nada? Se autorizou, consentiu, se consentiu, dá no mesmo que ser autor ou coautor, que seja. E depois dizer que não há viés ideológico ao tratar de minorias é palhaçada. Claro está que se eu opto por um grupo étnico ou região do globo em detrimento de outros e outras, eu estou fazendo uma opção deliberada por um ponto de vista, pela percepção e enfoque neste grupo. Eu fico me perguntando o que esse povo entende pelo termo ideologia... Denis Mizne, da Fundação Lemann diz que há “uma visão de mundo por trás do currículo de história em qualquer lugar”, mas que “a necessidade de um currículo é uma coisa que não é uma questão ideológica”. Espere aí! Por trás do currículo atual existe uma visão de mundo, o que os filósofos alemães chamavam de weltanschauung, mas quando se pensa em mudar isto do ponto de vista formal, sob orientação governamental não é outra senão apenas “avançar em educação”. Por que temem a sinceridade? Basta assumir que tem um projeto calcado em uma visão de mundo. Mas a hipocrisia é forte... Ao mesmo tempo que Mizne diz que “não é a visão do governo”, mas “um documento que está em debate, que vem da sociedade”, ele quer que ignoremos que esta “sociedade” são grupos com esta visão ligados ao governo federal. Só que assumir isto implicaria em assumir uma mudança de narrativa, ora vejam só... Ideológica? Não é impossível encontrar um currículo de história mais objetivo e equilibrado se realmente quisermos... para ser mais justo e deveríamos começar por uma repartição equânime dos continentes com acontecimentos para a história humana (o que não incluiria a Antártida com o mesmo espaço, p.ex.).

Que houve domínio e subjugação de povos ninguém nega, agora simplificar relações entre grupos e nações, como se uma fosse o protagonista e outra o antagonista, uma vítima histórica e uma variante do grande satã é o que se depreende desta base nacional curricular comum que, felizmente, foi abortada. Se quisermos mesmo dar mais ênfase à história da América e África temos que mostrar como aqui indígenas e mestiços caçaram índios não aculturados, como do outro lado do Atlântico, africanos comercializaram seres humanos com europeus para suas lavouras no novo mundo etc. Isto também está em evidência ou só os ataques de colonizadores/conquistadores europeus contra povos belicamente menos aparelhados?

Não tem que se adotar uma perspectiva eurocêntrica, nem tampouco "afroamericocêntrica". A questão é que os proponentes da BNCC, simplesmente, abortaram qualquer contribuição europeia, qualquer uma. Eles recortaram de tal modo a selecionar apenas o que lhes convinha. Quando digo que lhes convinha é porque desta forma fica crível caricaturar a história mundial como uma peça do bem contra o mal, com a prevalência deste e de como nós, os bons, mas dominados temos que reagir. A forma de reação é óbvia, caberá a um estado regulador e provedor que deve tributar mais e mais o mercado a título de efetivar sua “compensação histórica”. Não há perspectiva em torno da mobilidade social pautada no esforço e mérito próprios, mas na socialização de recursos através de um mediador, o estado que, só não irá fazer isto através de um profundo desequilíbrio de poder para aqueles que são facilmente manipuláveis, ou seja, que querem se enganar.

Alguém deve estar se perguntando se as disciplinas não devem ser reestruturadas de tempos em tempos? Um exemplo recorrente é o que se fez em minha área de atuação, a Geografia em relação ao seu “eixo fundamental” definido pela categoria espaço, ao que já dediquei um artigo específico. Mas, espaço, território, região são categorias de análise tão essenciais a esta disciplina, como é o tempo para a História e nem por isto todos tem um consenso sobre o que de mais relevante ou determinante ocorreu através dele. Analogamente, nem sempre há consenso sobre a ordem de grandeza dos fenômenos físicos e sociais que devem ser espacializados na análise geográfica. O que existe de, tecnicamente objetivo na geografia é a grandeza escalar, o que é territorialmente maior ou menor e na história, a sucessão cronológica, o que veio antes ou depois. Se nossos professores e proponentes curriculares se ativessem a isto, boa parte do lixo doutrinário seria depurado.

Não se enganem, os proponentes desta malfadada BNCC querem nos fazer uma “venda casada”, pois não explicam em detalhes o que deve e porque deve ser suprimido e qual a justificativa filosófica, i.e., ideológica de sua hierarquia conceitual, pois se o fizessem, estariam se revelando.

Enfim, por ora, com o afastamento do PT no governo federal ganhamos uma e barramos a aplicação deste lixo ideológico que era a BNCC em todo o território nacional, mas seria um erro, enorme e imenso erro acharmos que eles desistiram ou não irão tentar novamente. Como é um conhecido clichê, o preço da liberdade é a eterna vigilância.

Anselmo Heidrich
22 set. 16

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Conversas Cruzadas: doutrinação no ensino de história na nova proposta feita pelo MEC

Mitos sobre a Base Nacional Comum Curricular - 1

Educação, abrangência e ineficiência




Ameaça à Liberdade: Pirula é notificado pela Fatos Desconhecidos



Pirula, de todos os vídeos que tu já postou, TODOS, este foi o melhor para mim e por uma razão específica que me é muito cara: a defesa da liberdade de expressão. Vou compartilhá-lo em todos os canais, todas as redes possíveis. E quando, às 12:30 tu cita a justificativa deles ou melhor, de seu advogado sobre a suposta "falta de fundamentação científica" da tua crítica eu pensei "cara, a bola tá quicando na marca do gol, ele tem que responder o que eu estou pensando..." e lá foi um golaço ao mostrar que era justamente isto que tu apontava na página/canal "Fatos Desconhecidos" pelo seu sensacionalismo. Parabéns porque, independente, da tua posição política, a qual eu discordo, minimamente, às vezes. Esta tua defesa foi lapidar.

Aos 12:30 também tu esboça um sorriso irônico que foi quase um tapa com luva de pelica. Valeu.





sábado, setembro 17, 2016

Como lidar com seu professor doutrinador





Como lidar com seu professor doutrinador?

Quando se diz que "ele quer doutrinar" se supõe que ele sabe o que está fazendo e, não é este o caso, pois ele acredita que está falando a verdade, i.e., ele acredita no próprio conjunto de mentiras. É pior do que se imagina e como todo dogmático, não aceita contestação, salvo raríssimas exceções. Mas, a dica de buscar caminhos alternativos ao invés de tentar revolucionar a escola é acertada, ao menos pragmaticamente. Por outro lado, no ambiente externo, fora da escola existem canais receptivos à informação. A não ser que alguém seja um olavete que crê, piamente, que toda a mídia seja de esquerda e opera em complô, existem sim canais e jornalistas que buscam o contraditório e este é o caminho para conhecer a verdade dos fatos. Agora, que algo tem que ser feito a longo prazo para mudar esta situação de coisas ou, pelo menos, que disciplinas que sejam mais sujeitas à interpretações que análises factuais, como geografia (parte desta) e história sejam optativas, eu apoio. 

Cf. Como lidar com seu professor de esquerda
https://youtu.be/Ar1D2lxKmrs

quinta-feira, setembro 15, 2016

Enquadrando George Orwell

Eric Arthur Blair, mais conhecido com George Orwell
(25/06/1903 - 21/01/1950). Imagem: en.wikipedia.org).

George Orwell era um direitista ou um esquerdista?

Se tentar enquadrá-lo segundo critérios hodiernos, nos quais "direitista" pode ser contra o estado hipertrofiado, sim, mas à época e contexto de Orwell não havia esta posição com acintosa e quem, de qualquer modo, coletivista ou individualista se posicionava contra o estado era considerado revolucionário, anti-establishment, i.e., "esquerda". Os conceitos mudam... Por isso que falar em "direita" como "defensora de direitos naturais", como querem nossos conservadores de facebook, só mesmo sendo completamente anacrônico.


quarta-feira, setembro 14, 2016

O Futuro de Dilma Rousseff



Está tranquilo e favorável para vocês? Para mim, não. Só mesmo em um país ajeitado por oligarquias para esta vergonha se manter.






terça-feira, setembro 13, 2016

Pontos que o Escola Sem Partido poderia aprimorar


Recomendo a leitura do texto abaixo, de autoria de Miguel Nagib sobre o Projeto de Lei "Escola Sem Partido", para o qual escrevi o seguinte:

Caro Nagib, eu fui um dos que assinou a petição pela criação da Lei "Escola Sem Partido". Há muito que brigo com meus colegas de profissão em torno dessa questão (desde os idos de 2003), mas com todo o respeito, eu creio que há dois ou três pontos pelo menos, que deveriam ser retificados no projeto. Não excluídos, mas refinados. Explico-me...
 A moralidade é inseparável da religião, por suposto, mas o estado (com minúscula, mesmo) também deve portar uma ou se basear em uma ou em mínimos e necessários princípios morais. Do contrário, podemos 'tecnicamente' defender a eugenia para melhoria racial porque em algum momento se acreditou, equivocada porém ancorada em estudos que assim seria melhor. Portanto, não considero, que apesar da laicidade seja apropriado desmoralizar a ação educacional de todo. Enfim, são retoques no texto que penso não atacar a essência do projeto. Em segundo, seria muito melhor clamar por OBJETIVIDADE (desculpe-me pelas maiúsculas que utilizo aqui em substituição ao negrito, inexistente neste editor de texto) e não por neutralidade. Fácil de entender, a objetividade científica te obriga a considerar diferentes teses em uma exposição, sem que se imponha um veredito, cujo juiz deverá ser o julgamento individual do aluno. É fácil entender, a operação científica deve (e é) similar ao processo de julgamento com acusação, defesa e julgamento respeitando determinados procedimentos. Já, minha bronca com a palavra neutralidade é que ela é simplesmente impossível de atingir e nos expõe à mesma crítica de esquerda que tentará me obrigar a cercear minha opinião contra ela. Para cada professor sendo criticado por condenar a ditadura chilena haverá, analogamente, outro sendo criticado por condenar a ditadura cubana (eu critico as duas), enquanto que o MÉTODO de expor ambas é que é importante.
 Um exemplo prático: cerca de 15 anos atrás lecionei em uma escola em S. Paulo, na qual tínhamos um curso de "atualidades" (geopolítica, na verdade) e estávamos em pleno curso da 2ª Guerra do Golfo. Como tratá-la com necessário distanciamento? Bem, após a leitura de diversos textos (com diferentes avaliações e julgamentos), eu resolvi fazer uma avaliação do bimestre envolvendo o tema. E agora, como avaliar? Simples, a avaliação incidia sobre FATOS e quanto à opiniões, se favoráveis, contrárias ou "em termos", não se discriminaria pontuação, conceito nenhum. E aí chegamos ao meu terceiro ponto de consideração sobre o projeto de lei... Muito melhor do que um dossiê sobre o professor que deve existir quando necessário, não nego, pois há casos verdadeiramente escabrosos, mas muito melhor do que isto é a questão da PROVA. Prova material do crime e o que melhor do que isto senão a prova, tradicional prova, pois é ali que o professor pune quem diverge dele, nos casos que cabe a divergência, bem entendido. O problema de se deixar este aspecto de lado e dar ênfase à relatos que, certamente, irão pecar pela subjetividade é que teremos excessos, como casos em que o aluno simplesmente "não vai com a cara do professor" e creia-me, isto é mais comum do que se imagina e outros, de outra ordem, na qual um professor estará ensinando teoria evolutiva e será mal visto por um aluno, cuja visão religiosa possa ver isto como uma afronta.
 Daí chegamos a um 4º ponto que gostaria de escrever com mais vagar, que é a questão do livro didático. Aí nós deveríamos centrar nossos esforços, pois há livros que são por demais panfletários (e outros, mais sutis...), dos quais o professor seguindo explicitamente seu conteúdo também irá executar a mais escancarada doutrinação. E é aí mesmo que faço minha pesquisa, que espero estar pronta em meses...
 Enfim, eu apoiei (por escrito) o projeto, com minha assinatura, com textos e com áudios, além de debater a favor do projeto no Fórum Norte da Ilha em Florianópolis, em evento organizado pelo centro acadêmico do Direito-UFSC, no dia 23 de agosto, mas, sinceramente, eu penso que alguns pontos poderiam ser melhor explicitados.
 Atenciosamente,
Anselmo Heidrich


Cf. opinião: Programa Escola sem Partido acaba com cooptação da esquerda http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/09/1811861-escola-sem-partido-visa-desmantelar-maquina-de-cooptacao-da-esquerda.shtml?cmpid=comptw


Quando a discussão é séria ou ao menos pretende ser, ela parte de dados que, no caso são séries históricas de temperaturas médias globais. Quem discorda, apresenta outra série de dados (geralmente de um período maior, sujeito a mais variações) e aponta falhas na metodologia. Quanto, por outro lado, a discussão não é séria, se parte para uma fraca sociologia do conhecimento. O que é isso? É quando, ao invés de se discutir o objeto da matéria, se discute os sujeitos da matéria como, p.ex., "a indústria petrolífera é que está financiando esses céticos do aquecimento global antropogênico" ou, do ponto de vista oposto, "a ONU e os socialistas infiltrados nela é que estão procurando um novo fenômeno para culpar o capitalismo" etc. e por aí vai. Olhe, interesses, beneficiários, prejudicados *sempre vão existir*, mas isto não aponta a verdade, qual é a verdade, nem a tangencia, no máximo provoca uma nuvem de fumaça que dificulta ainda mais ver qual é mesmo o fenômeno, suas causas e possível evolução.

segunda-feira, setembro 12, 2016

 
“Uma sociedade em que os diversos grupos não podem mais concordar sobre o significado de Deus, da Vida e do Homem, será igualmente incapaz de decidir unanimemente o que se deve compreender por pecado, desespero, salvação ou solidão” – Karl Mannheim, Ideologia e Utopia.

domingo, setembro 11, 2016


Democracia não é um fim em si mesmo, mas um meio, um método para se atingir determinados fins, com menos ou zero sangue. Quem perde a fé nela é porque idealizou ela. Na verdade, a democracia é engrenagem, fundamental, de um sistema maior. Sem esta perspectiva restam apenas se iludir ou se decepcionar com ela.

segunda-feira, setembro 05, 2016

Para que o crime não compense 01


O Tribunal de Justiça entende que a juíza que liberou Tiago depois da prisão pela morte de Cristine agiu de acordo com a lei.
"No caso do Tiago, ela agiu dentro da lei. Ela tinha que soltar. É muito doloroso para todo juiz enfrentar isso. Não é insucesso do juiz, é insucesso do sistema. É algo que não deu certo. Eu já passei por isso e acho que a maior parte dos juizes já passaram por situações que a colega está passando agora. É muito doloroso. Leva a alguma reflexão, mas mesmo assim não podemos abandonar o cumprimento da lei", argumenta o presidente do Conselho de Comunicação Social do Tribunal de Justiça, Túlio Martins. 
Leia mais em 'Impunidade clássica', diz promotor no RS sobre criminosos reincidentes
#G1
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/09/impunidade-classica-diz-promotor-no-rs-sobre-criminosos-reincidentes.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

E se a pena por homicídio for aumentada para prisão perpétua, ainda assim não haverá um sistema que diminua, sensivelmente, a taxa de homicídios? A clássica frase de que "o crime não compensa" pode vir a valer de verdade, basta que mudemos a legislação. Ingenuidade de minha parte? Sim, com certeza, mas qual ideia realmente inovadora não começa com uma boa dose de ingenuidade? Um dos estados mais violentos dos EUA, a Louisiana tem uma taxa de homicídios da ordem de 17/100.000 ao ano, aqui, uma das capitais menos violentas, Florianópolis, tem uma taxa de 22/100.000 ao ano (se não mais), qual  a diferença das causas do pior caso deles ser inferior a um dos nossos melhores cenários? Este tipo de estudo é que precisa ser feito para orientar futuras ações, inclusive de ordem legislativa e não, simplesmente, os delírios politicamente corretos de juristas que não se pautam em análises sociológicas sérias. Digo sérias porque o que mais há na academia são estudos sem base científica, que não passam de proselitismo político-partidário e ideológico. Lixo de esquerda, se não fui suficientemente claro. Querem mais? A cidade de Jaraguá do Sul, em SC, não tem um assassinato por ano. O que ela tem? Como é organizada? Quais são suas características? Isto tem que ser estudado, levado à público, orientado para e por chefes do executivo, discutido academicamente etc. Agora, vamos trabalhar? E posso sugerir que vocês da imprensa comecem a tarefa de comparar os casos, ainda que parcos, bem sucedidos no Brasil. Servirão de inspiração, modelo e sonhos. Os temos aqui, em nossos rincões esquecidos, por que não descobri-los então?
Ah! Vagas nos presídios? Já passou da hora de privatizar o serviço, certo?[1]



[1] "Só defendo a privatização dos centros técnicos prisionais que são unidades prisionais municipais voltadas à aprendizagem profissional, reeducação, reintegração e ressocialização destinados aos presos que querem realmente se recuperar, conveniadas com mercado local e sob controle direto do judiciário e agentes da condicional" - J.B.

domingo, setembro 04, 2016

A velha equação educação/desigualdade/crime está gasta


Um velho amigo, social democrata me argumentou que o problema do crime é a falta de investimento em educação e a desigualdade social. Minha resposta segue abaixo:


Discordo, se há criminosos em classes baixas, provavelmente, sua participação é irrelevante, assim como em outras classes. Aliás, essa retórica de "desigualdade social como fomentadora do crime" também não me convence. Em primeiro lugar, porque não vejo o Brasil como um país profundamente desigual e sim, bastante igualitário. Explico-me, a questão é semântica e este jogo foi também engolido pelos liberais, na medida em que se toma o hiato entre os extremos como prova de desigualdade. Ora, se temos uma imensa maioria numa determinada faixa de renda não temos uma grande desigualdade, mas sim uma grande porção demográfica em uma faixa de renda, isto é, uma homogeneidade de renda, o que também poderíamos chamar de igualdade. Desigualdade para mim, ao contrário, é bom, pois significa faixas diversas de rendimentos, o que não necessariamente inclui a pobreza. E, enquanto a desigualdade é um conceito relativo, a pobreza é um conceito muito mais objetivo, uma vez definido seus critérios. Há quem pense exatamente o contrário, por isso o primeiro passo é definir, rigorosamente, os conceitos em uma discussão e este é meu ponto de divergência: se assume como fato, definições dadas por professores que vem de geração em geração e ninguém para, para se perguntar o porque, sua origem e como funciona. Isso nos remete àquela velha discussão em nosso grupo no tópico sobre áreas preservadas: há 25 anos que leio e ouço dizer que resta apenas 7% da área de Mata Atlântica no país, enquanto que as mesmas ONGs que se alardeiam isto (SOS Mata Atlântica, por exemplo), se gabam de suas ações estarem contribuindo para a redução do desmatamento e reposição do bioma!!!! Ué?! Então não seriam mais meros 7%. E leio isto há 25 anos!!!! Algo me cheira muito mal nesta história toda, aliás, fede. E eis que agora, por causa desta polêmica da doutrinação nas escolas, eu retomo minhas leituras de livros indicados pelo MEC e me deparo com um dado de que a Mata Atlântica tem apenas 27% de sua área original. Esses 20% vieram de onde? Alguém replantou ou alguém está ignorando que propagou uma falsidade? Durante décadas. “Livro didático” dirão alguns... Sim, assim como os dados mais pessimistas foram divulgados por eles, com dados fornecidos pelo MMA e, antes, por órgãos ambientais como o IBAMA.
Qual o paralelo entre os dois problemas? Nossos órgãos públicos não têm feito pesquisas ou se pautado em pesquisas cientificamente. Eles agem e divulgam ideologicamente. Tudo bem, quem quer mentir, quem minta, mas o problema é por serem órgãos públicos, eles tem divulgado essas informações com meu dinheiro, com nosso dinheiro. Então, minha proposta é a extinção do MEC ou sua redução drástica para tratamento objetivo de áreas mínimas e essenciais, como português e matemática. Ah! E sobre esta teoria de que o crime advém da falta de educação, isto é relativo, pois o setor educacional reflete o que a sociedade já é. Para mudá-lo, o que desejo, o apoio a leis e procedimentos de leis já existentes, mais restritivos e punitivos tem que ser endossado. Não adianta ficar dizendo que a educação tem que ser isso e aquilo, quando a própria letra da lei é ignorada por quem mais deveria preservá-la. Insisto, onde estão os educadores do país para defender este instrumento jurídico essencial que ora se discute no país?
Lei Harfouche

Se nem quem mais deveria se interessar pelo assunto está informado sobre ela, o que posso esperar do setor? Os meus colegas professores estão preocupadíssimos em discutir como ensinar sexualidade a um aluno (assunto de foro íntimo, para mim), enquanto que isto sequer é observado:
Brasil, no topo do ranking de violência escolar
BBC Brasil - Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores

Minha contestação a tua visão é simples, eu não espero nada de promissor ou revolucionário vindo da escola brasileira. Não com este tipo de professor que predomina, que não está nem aí para os problemas reais do país, a começar pelo seu ambiente de trabalho e, além do mais, ainda incentiva alunos a irem para o campo de batalha destruir o trabalho e propriedade alheia. E eu os conheço.

Bom domingo,
Anselmo Heidrich

sexta-feira, setembro 02, 2016

Informação e desinformação, Marx e o Brasil


Há que se identificar quem origina este tipo de ato e com quais orientações. Apenas reprimir seus peões não é suficiente (imagem: g1.globo.com).

Um amigo me perguntou sobre uma frase atribuída à Marx, ­se "as classes e raças inferiores deveriam perecer no holocausto da revolução"? Sinceramente, eu não encontrei nada a respeito, mas me lembrei sobre seus comentários sobre o domínio britânico na Índia, especificamente na região do Hindustão. Ao pesquisar mais sobre o assunto, também encontrei uma carta em que justifica a escravidão nas Américas, como parte intrínseca do desenvolvimento capitalista:

2.4 - Marx – Libertar os escravos irá varrer o EUA do mapa ! Em 28 de Dezembro de 1846 Marx estava em Bruxelas e escreveu uma carta para Pavel Vassilievitch Annenkov (1814-1887), um historiador e crítico literário russo, que havia lhe escrito pedindo opinião sobre o livro "Filosofia da miséria" que Proudhon tinha acabado de escrever. Esta carta nada mais é do que crítica e sarcasmo de Marx contra Proudhon, as expressões usadas por Marx nesta carta são de declarado ódio a Proudhon ... que nada de mal lhe havia feito, apenas tinha escrito um livro colocando suas opiniões filosóficas, não precisava tanto rancor contra uma pessoa de quem ele Marx, tinha recebido ensinamentos decisivos sobre a propriedade privada. Para obter o seu intento de usar de sarcasmo e denegrir Proudhon, Marx INVENTOU uma SUPOSTA "dialética de Proudhon", dialética esta que Proudhon JAMAIS USOU em seu texto. A carta toda, longa, é semeada de palavras agressivas contra Proudhon, não precisamos ver todo esse ódio, vejamos apenas parte do texto da carta para que cada leitor possa tirar suas conclusões. Eis o texto: * "Meu querido Sr Annenkov... Deixe agora lhe dar um exemplo da dialética de Proudhon. A liberdade e a escravidão constituem um antagonismo. Não há nenhuma necessidade de eu falar dos aspectos bons ou maus da liberdade. Quanto à escravidão, não há nenhuma necessidade para mim falar de seus aspectos maus. A única coisa que requer explanação é o lado bom da escravidão. Eu não me refiro à escravidão indireta, a escravidão do proletariado; eu me refiro à escravidão direta, à escravidão dos pretos no Suriname, no Brasil, nas regiões do sul da América do Norte. A escravidão direta é o pivô em cima do qual a industrialização dos dias de hoje faz girar a maquinaria, o crédito, etc. Sem escravidão não haveria nenhum algodão, sem algodão não haveria nenhuma indústria moderna. É a escravidão que tem dado valor às colônias, foram as colônias que criaram o comércio mundial, e o comércio mundial é a condição necessária para a indústria de máquinas em larga escala. Conseqüentemente, antes do comércio de escravos, as colônias enviaram poucos produtos para o velho mundo, e não ajudaram de forma visível a mudar a face do mundo. A escravidão é consequentemente uma categoria econômica de suprema importância. Sem escravidão, a América do Norte, a nação mais progressista, ter-se-ia transformado em um país patriarcal. Se tiramos a América do Norte do mapa teremos a anarquia, a deterioração completa do comércio e da civilização moderna. Abolir a escravidão seria varrer a América do mapa do mundo. Sendo uma categoria econômica, a escravidão existiu em todas as nações desde o começo do mundo. Tudo que as nações modernas conseguiram foi disfarçar a escravidão em casa e importá-la abertamente no Novo Mundo. Depois destas reflexões sobre escravidão, o que o bom Sr. Proudhon fará?Procurará a síntese da liberdade e da escravidão, o verdadeiro caminho dourado, em outras palavras, o equilíbrio entre a escravidão e a liberdade." Não seria necessário dizer, que Proudhon, um humanista francês dos maiores, jamais disse nada parecido com isso... Tudo isso saiu da cabeça mentirosa e maledicente de Marx. Bom, além do fedorento sarcasmo raivoso contra Proudhon, o que temos neste trecho da carta? Temos mais um grotesco erro de avaliação de Marx! Quinze anos depois dessa carta de Marx, o EUA fez uma guerra civil (1861-1865), e libertou totalmente os escravos, e jamais aconteceu o que Marx supôs! O EUA sem escravidão não se transformou em um país patriarcal... e muito menos foi varrido do mundo como Marx estupidamente profetizou! Ao libertar os escravos pela primeira vez na história da humanidade o EUA se tornou um país livre e a maior nação do mundo. A maldade, o mau caráter, o revanchismo, o ódio das pessoas que ousassem fazer uma teoria filosófica e não apenas se submetessem a sua opinião despótica - é que levaram Marx a dizer esse absurdo que ele disse nesta carta. Acabamos de ver então, mais uma prova da raiva e do erro intrínseco no marxismo.
(Grifos meus. Fonte: http://inquestionavelmarx.blogspot.com.br/ . Em 2 set. 16.)

O que fica claro aqui é que para entender este raciocínio não se pode esquecer que Marx se pauta numa suposta contradição, na qual o mal deve ser executado para que o bem sobrevenha, o "quebrar os ovos para fazer a omelete". Para ele, a única forma da sociedade chegar a sua redenção seria acumular capital, para que assim as contradições entre a produção e o resultado desta se tornassem insustentáveis e, com isso, inaugurasse um novo modo de vida. Claro que isto não acontece, quanto maior a produção, maior o acesso aos seus resultados em termos absolutos, mesmo que os críticos do capitalismo digam que tal acesso não ocorra suficientemente e os desonestos digam simplesmente que não ocorre, os fatos históricos mostram, com veemência para quem quiser ver, que a introdução das relações capitalistas nas nações, de forma direta ou aos trancos e barrancos, as levou a um nível de acumulação capitalista, de divisão do trabalho e de desenvolvimento social e econômico que nenhuma outra modalidade socioeconômica, modo de produção, como diria um bom marxista, jamais obteve. Este é o ponto inegável sobre o qual, nenhum marxista consegue rebater, se tornando simplesmente, um simples negacionista, tal qual os que ainda afirmam que o homem não foi à Lua, justificando uma sombra da bandeira da americana como impossível ou, pelos cadáveres dos massacrados judeus não terem existido, o que “desmentiria” o holocausto nazista. Lembrem-se, é com este tipo de gente que debatemos. Se Marx ainda tinha em mente a necessidade de haver um desenvolvimento capitalista para que a revolução comunista viesse a ocorrer, seus sucessores, mais preguiçosos na leitura do próprio Marx e análise da realidade, simplesmente acham que tem que combater o Capital desde seu início.[1]

Claro que seus líderes e insufladores no mundo atual e Brasil em particular não são tontos e tem todo um sentido nisto: eles apontam em um alvo mais alto para que suas flechas flamejantes atinjam os joelhos da sociedade. Com suas barricadas e bombas caseiras, as igrejas pichadas e o patrimônio público quebrado, violado, esses revolucionários a base de leite quente e roupa lavada desejam que a ordem social esmoreça, se amedronte, se encolha e ceda, ceda e ceda em seus desejos por cargos, benefícios que não passam de eufemismos para privilégios, sejam eles, bolsas e mais bolsas, não esquecendo de enfatizar o ensino superior, público e mantido por nós, contribuintes. 

Não esqueçamos que a luta ideológica é de suma importância porque é justamente a partir dela, por ela e para ela que eles combatem. Exemplos? Como não protestar contra o ex-governo Rousseff pelos cortes na educação, mas somente contra o atual governo Temer, que acusam de ter reduzido o repasse de verbas para o setor? Porque atacá-la no passado seria um reconhecimento de que essa história e conjuntura não tinha “lados ideológicos”, mas uma única situação de descontrole gerado pela incompetência administrativa e competência criminosa. Admitir que Rousseff e antes dela, Lula, levaram a este estado de deterioração de suas bandeiras significaria escancará-las como mentiras.

E é exatamente isto que temos que mostrar, que eles não levantam bandeiras, mas hasteiam mentiras.




[1] Embora seja conhecido o reconhecimento tardio de Marx sobre “as vantagens do atraso”, em que considerava a possibilidade de se chegar à revolução comunista “pulando etapas”, isto é, sem o pleno desenvolvimento capitalista das forças produtivas, tal como viria ocorrer na Revolução Russa.

quinta-feira, setembro 01, 2016

Sociólogo Chico de Oliveira ataca: Lula é um oportunista sem caráter



Este vídeo é interessante... Além dos
erros metodológicos (achar que uma classe é um agente dotado de consciência), o
interessante é ver a autocrítica deste velho militante petista, que é um
exemplo típico da esquerda jurássica, mas que aponta o dedo para um de seus
líderes e o acusa de mau-caráter. Claro, sabemos que não disse mais porque
sabia que poderia se comprometer.

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http://inter-ceptor.blogspot.com/

Fas est et ab hoste doceri – Ovídio


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