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sexta-feira, junho 23, 2017

Por que o modelo de ensino superior na Suíça é tão bom?



Poderíamos nos estender em longas explicações, enumeração de vários fatores, como o grau de investimento, a cultura, a história, mas toda macro-perspectiva não diz muito quando se perde o detalhe, isto é, a perspectiva próxima a nós, cotidiana, a da micro-escala. E peço que leiam este trecho da matéria abaixo linkada:
“Assim, enquanto o governo investe fortemente no ensino superior, abrangendo educação e pesquisa, a alta conectividade também sugere que o sistema de ensino superior ‘devolve’ esse investimento à sociedade”, disse Rassenfosse para swissinfo.ch.
Segundo o professor da EPFL, à medida que os orçamentos governamentais em todo o mundo sofrem pressão, é tentador reduzir o financiamento da educação e da pesquisa porque os efeitos de curto prazo são indolores – a maior parte do prejuízo virá no longo prazo.
Assim, as universidades precisam constantemente demonstrar que são úteis à sociedade. O ranking U21 deixa claro que o sistema suíço de ensino superior se sai melhor do que qualquer outro sistema no mundo, pelo menos nesse quesito”, disse.
via Por que os suíços se saíram bem na Universitas 21 – SWI swissinfo.ch
Se não ficou claro suficiente, o ensino superior tem que prestar contas à sociedade. Não tem essa de “público, gratuito e de qualidade”, mas quando chega na hora de se fazer uma avaliação externa, os sindicatos de professores fazem uma gritaria dizendo que isto é “tática neoliberal”, que “só estão fazendo isso porque querem privatizar a universidade” etc.
Se não tem qualidade minimamente necessária para os fins a que se propõe, melhor que mude de administração mesmo porque não é mais possível manter centros de estudos cuja principal função se tornou um cabideiro de empregos para uma casta que se suja intocável e não passível de críticas.
Chegou a hora de passarmos um pente fino nas nossas universidades.

domingo, dezembro 29, 2013

Caros, dispensáveis e mal educados


URRA! Parabéns a Ruth Costas, a jornalista responsável pela matéria. Raramente leio algo que valha a pena em se tratando de ensino e educação. A matéria é concisa e completa. As razões alegadas para a falta de valorização ou excesso de diplomados no Brasil procede, desde nossa ridícula educação básica, escassez de formação técnica, analfabetismo funcional de graduados em cursos superiores no país, e a importante (e normalmente esquecida) consideração cultural de que falta uma postura de trabalho com respeito à hierarquia nas empresas. Esta última mereceria estudos antropológicos riquíssimos, caso tivéssemos mais cientistas e menos militantes ideológicos nas academias de ciências sociais no Brasil... No entanto, em sua defesa, eu também colocaria como dificuldade adicional para emprego deste pessoal, o desestímulo que existe para formação de atividade/negócio próprio no país, pois a demanda por profissionais de curso superior não deveria ser tanta quanto de técnicos de nível médio mesmo e tais profissionais acabam preferindo, por razões como estabilidade, segurança de seus investimentos empregar-se no setor público.
C.f.: 'Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários http://bbc.in/1c1hPnD

domingo, dezembro 30, 2012

Universidades brasileiras

Claro que há quem entra de modo legítimo na cátedra, mas se na minha desatenção costumeira sobre estas questões e pouca experiência já vi o que contar, imagino que haja muito mais de onde estas vieram. Quando entrei na faculdade, em 1984, a chefe de departamento não tinha nenhum título de pós-graduação, MAS era casada com o ex-chefe de departamento que, se não me engano, também fora seu professor. Depois, na pós em S. Paulo, não foram poucas as vezes em que vi pupilos de certos mestres começarem com algumas substituições em sala de aula e depois, como que por encanto, participarem de concursos feitos a forma e semelhança de suas dissertações ou teses. Tudo muito natural. Até, até que pegam um casca grossa pelo caminho, que não tem mania de se curvar. Este foi o caso de um colega pernambucano que fizera um concurso para Presidente Prudente e, não obtendo resposta do mesmo, recebera uma ligação, da mulher de um dos professores do referido departamento explicando-lhe que se desistisse do concurso, ela que estava em segundo seria chamada, mas ele não, de jeito nenhum. Óbvio que ele não desistiu e, como perdi o contato, não sei se acabou sendo chamado. Recentemente na recém criada UFFS, um professor de filosofia que passara em concurso nas provas objetiva, de títulos foi reprovado na didática. O detalhe é que ele era um professor experiente no RS e quem tomou sua vaga foi um outro candidato, sem a mesmo nível de experiência e titulação. O candidato que se sentiu lesado iniciou um processo contra a organização do concurso. Isto, sem falar, daqueles que são descartados, têm suas bolsas de estudo não prorrogadas ou cortadas quando enveredam por outros caminhos que não sejam do agrado de seus antigos orientadores. Muitos bem sucedidos "pesquisadores" são legítimos puxa-sacos e se especializam em não tomarem iniciativa em projetos, se organizarem em seitas intelectuais segundo correntes ideológicas que chamam de "ciência" ou ainda obterem informações para monitoramento da oposição e tendências divergentes que possam enfraquecer o núcleo de poder departamental. Um dos principais instrumentos para isto é a concessão de bolsas.

Leia sobre isto em: Janer Cristaldo

domingo, maio 13, 2012

A demonização do ensino / The demonization of teaching

Sobre: 
Tomatadas: A "outra universidade" de Pedro Demo é ouro dos to...: Já li diversos textos em que são citados estudos de Pedro Demo, mas, até estes dias, nunca tinha me disposto a ler nada desse autor. O que ...
Este argumento de Pedro Demo, no qual a universidade deve se voltar para a pesquisa é similar ao discurso de Paulo Freire sobre a educação, na qual o aluno deve ser o “protagonista de seu saber”. Não nego que o principal agente do conhecimento seja o próprio aluno, se ele realmente estudar. De resto, insistir neste clichê (como se pudesse ser diferente...) tem servido basicamente para diminuir o papel do professor. Se este profissional é assim tão irrelevante por que se deve mantê-lo em atividade? Por que não desenvolver o estudo autodidata somente? Este negócio de dizer o óbvio e “esquecer” do papel de profissionais que historicamente contribuíram para o ensino parece, na verdade, discurso de quem tenta fortalecer uma teoria normativa que não explica a realidade, mas tenta torcer a mesma até que se torne um espelho de suas mentiras.