domingo, fevereiro 22, 2015

Questões e falsas questões sobre educação


Uma questão central no processo educacional é entender quem são os nossos professores, o que pensam e o que fazem. Por isto mesmo eu temo que nosso processo educacional ainda precise de uma bela faxina geral, pois a militância é uma das principais razões de termos este setor à deriva. Imagem: marcobueno.pro.br.

Eu costumo fazer, para fins didáticos, uma distinção entre EDUCAÇÃO vista como um conjunto de atos e programas envolvendo a incorporação do aluno na escola e, o que é bem menos comentado em matérias sobre o assunto, ENSINO visto como a apresentação e treino de disciplinas (matérias) passadas nas séries (os atuais "anos", na nova terminologia).

Não é verdade que o ensino de escolas privadas seja essencialmente superior em nosso país. Para tanto basta analisar como se saem as escolas de ambos os tipos em avaliações nacionais. Há as boas escolas privadas e públicas e um "oceano de incompetência" no sistema público e privado. O mercado tem seu mérito, sem sombra de dúvida, pois os problemas administrativos, tão comuns de se ver em escolas públicas, dos quais a estabilidade do servidor, geralmente alcançada após os três anos iniciais de serviço induz os profissionais a usarem seus direitos, o que inclui uma certa quantidade de faltas sem justificativa necessária, dentre tantos outros. No sistema privado isto é impensável. Com raras exceções (Santa Catarina é uma delas), as escolas privadas pagam melhor. E isto não decorre porque o aluno paga por seu estudo, mas porque a lógica do sistema público parte de uma má remuneração pela hora de aula e busca de horas extras como "atividade" (planejamento, correção de avaliações etc.) que redunda muitas vezes na presença obrigatória em sua escola sem obrigação de ministrar aulas. Um absurdo no meu entender, pois se objetiva uma diluição do trabalho e não sua intensificação. Assim, a renda auferida se torna proporcionalmente menor pelo tempo que se depreende, pari passu à produtividade do trabalho. Ou seja, ao invés do professor do ensino público objetivar maior renda por hora, ele busca menos trabalho (efetivo) no total. Surreal, um absurdo.

Quanto à qualidade do ensino, uma vez instituído a chamada Progressão Continuada, mais conhecida como "aprovação automática" (introduzida pelo PSDB em S. Paulo e popularizada nacionalmente pelo PT), o aluno ri da tua cara, caso seja chamado a trabalhar e se empenhar nos estudos. Ou seja, só "roda" por faltas e, assim mesmo, em conselhos de classe é capas de ser aprovado conforme os ânimos do momento e a conjuntura política. Não, não foi força de expressão, uma vez que diretores escolares não se submetem a nenhum critério objetivo para serem eleitos em muitos municípios, se tratando apenas de indicação política.

Há muito o que comentar, como os bons índices educacionais em avaliações como o IDEB, que não passam de números fake, porque o índice de aprovações conta positivamente. E, como eu disse, praticamente ninguém mais é reprovado. Simples assim, uma realidade paralela com a pílula azul da Matrix. Lixo, uma civilização que é homeopaticamente drogada e jogada no lixo. Não existe escola sem repressão disciplinar, se trata de condicionamento necessário. O que vemos é um antro de encorajamento à delinquência que só muda quando o bairro ou conjunto de bairros em seu entorno tem características razoavelmente boas. Portanto, não são só professores e governo, os grandes culpados... Uma figurinha não pode passar em branco: PAIS. Quando eles são realmente atuantes e cobram, inicialmente indo às reuniões que são convocados, a escola reflete melhor com decisões corretas e ações conjuntas.

Por ora é isto, mas tenho muito mais para contar.

(...)

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