Um dos grandes erros do pessoal liberal-conservador (eu descarto os libertários, porque acho que nem tudo se explica ou se resolve “pelo mercado”) é que eles não entenderam o que a Esquerda fez, a partir dos anos 80 para crescer e se firmar na sociedade dominando-a. Claro que não se trata de uma dominação completa, mas um processo, no qual detém a hegemonia, seja nos meios de comunicação, universidades, redações de jornais etc. Mas a questão é COMO eles conseguiram atingir o povão?
Eis aqui um claro exemplo de um texto de autores de esquerda, que fazem apologia à tais métodos (confira na imagem abaixo).
DOUTRINAÇÃO POLÍTICO-RELIGIOSA 01
Pois é, surpreendente? Claro que não! Durante décadas, a ideologia marxista teve dificuldades enormes de ser aceita pelo povo, qualquer povo e não me refiro à intelectuais, mas quando seus ‘coordenadores’ sacaram que poderiam fazer ‘mix’ chamemos assim com a religião foram bem sucedidos.
E não é por acaso que a Direita que cresce e se sobrepõe ao discurso de Esquerda seja a própria direita com discurso religioso, a Evangélica.
Antes de tomar partido, o que quero dizer é que se não tomarmos consciência disto, a parcela mais racional, utilitária que vê o liberalismo como uma espécie de “máquina intelectual” que pode otimizar nossa vida produtiva etc. irá ser atropelada, literalmente, pelo povo que sabe utilizar estes referenciais abstratos e mais místicos, seja de que lado for.
O que proponho? Que fundemos uma nova seita, então? Não, mas que conheçamos seus discursos e signos para poder dialogar nas mesmas bases respondendo com estes referenciais e não os desdenhando ou fazendo troça. Teórico demais? Exemplos?
Vejam como um Magno Malta faz… Como poderíamos usar seus exemplos e referências para contestá-lo, por exemplo? E eu não digo isto porque eu mesmo seja um crente, não. Muito pelo contrário… Mas se nós não soubermos nos aproximar da massa como fez a Esquerda nos anos 80 e agora faz esta Direita podem esquecer seus discursos racionais, pois seremos vistos como mais um grupelho que dialoga consigo e não fala a linguagem do povo.
“Falar” a linguagem do povo não é enganá-los bonitinho, mas usar signos e referências caros aos mesmos para passar nossa mensagem.
Boa noite,
Anselmo Heidrich