Acusar a censura aos atos de assédio e punição com demissões como sendo características da “Idade Média”, “corporações de ofício” etc., toda sorte de equiparações descabidas apenas eximem a imoralidade de sanções. Não faz sentido, sobretudo porque uma ordem moral baseada em castas, estamentos ou profissões formando um círculo fechado se define pela origem dos trabalhadores e não no comportamento comum e necessário à convivência que não é dado pela origem. Leiam este excerto:
diniz diz merda-2018.06.22-23-52-10n
Discordaaannndoooo…. Em primeiro lugar, esse papo de Idade Média. Na I.M., um senhor feudal podia desposar a esposa de um de seus vassalos, na data das núpcias. Ele tinha o privilégio. No referido caso, da moça em meio aos brasileiros que a enganaram ou das russas sendo assediadas pelo funcionário, a propriedade primeva delas que é seu corpo não pode ser objeto de uso, sem seu consentimento. Já aí acho descabida tal comparação. Se tu estiver pensando em uma espécie de censura, sinto te dizer, esta sempre existiu, porém às vezes era tão consensual que não havia todo esse questionamento que estamos tendo, cuja maior transparência caracteriza nossa época. Se não gosta do comportamento de alguém, do procedimento de uma empresa, as coisas ficaram só mais explícitas, enquanto que em passado recente (décadas) nem se discutia, se obedecia. E o problema que enxergo não é sobre qual padrão de comportamento deve ser acatado, mas sobre a liberdade de se aceitar ou não a convivência com determinado comportamento. Refiro-me ao dono da empresa ou quem for designado para decidir sobre isto. A empresa, até onde sei não sofreu pressão externa, ainda mais judicial (isso sim é que caracterizaria algum tipo de “ditadura do comportamento”, “politicamente correta”), mas foi sua opção. Recentemente, um padeiro americano ganhou, na Suprema Corte(!) uma causa que o desobrigava a fazer bolos para casamentos gay porque a Constituição Americana preserva, na sua 1ª Emenda a Liberdade de Expressão. Veja, o casamento gay não é atacado, mas a liberdade de não aceitá-lo, não sendo obrigado a trabalhar para ele também é garantida. Este é o ponto. Tu, obviamente, não pode (e também não deve) expulsar teus alunos por terem algum comportamento inadequado, mas em um país realmente livre, um empresário do setor deveria ter o direito de fazê-lo, caso quisesse. Claro que quem pagou pelo serviço teria direito à indenização pela interrupção, mas não se pode impedir a interrupção em nome de uma idealização de sociedade anti-medieval. A questão aqui não é, pois, o que a(s) menina(s) sentiu(ram) em relação ao assédio, mas sim o que o empregador sentiu e quis. O direito dele empregar quem ele quiser DEVE ser preservado e dane-se se é pelo comportamento impróprio, se for pelo gosto musical recém descoberto ou o diabo do perfume. Não importa. Analogamente, SE tu tivesse uma faculdade particular poderia expulsar um aluno por algo que atentasse contra o que tu enxerga adequado para tua empresa que, obviamente, não seria a nota na prova, pois esta faz parte do processo de ensino sendo boa ou ruim. Quanto ao piloto do avião que mostrou o dedo médio para a Polícia Federal – PF vamos supor que tu esteja certo, que havia uma legislação para puni-lo em função disto (estamos supondo, não sabemos ao certo), o que torna a questão mais clara em que uma empresa pode punir um cidadão por mau comportamento, mas desnecessário. Se não há lei especificando o que NÃO SE PODE FAZER, no caso, como não pode demitir, todo o resto deveria ser possível. No entanto, eu aposto que não havia nada específico e a empresa realocou o sujeito para que não ficasse exposto trazendo mais prejuízo financeiro para ela. Ah! Mas e a Civilização… Pois é, ledo engano achar que esta se estabelece sem a censura espontânea entre as pessoas. Na Inglaterra Vitoriana, nobres imitavam o comportamento da realeza e eram imitados por seus subordinados e assim por diante num efeito cascata. Isto, ao ar livre, em parques, nos passeios de rotina. Este co-adestramento é um dos tantos exemplos de como se formou uma ética de convivência nos espaços públicos. Isto é civilização. Por outro lado, de certa feita pude presenciar alunos de uma escola de elite em Florianópolis apresentando um número de dança, ao som de violino e música renascentista durante o intervalo de almoço junto à praça de alimentação de um famoso shopping. Quando parecia que ia melhorar, as crianças começaram a dançar “na boquinha da garrafa” simulando penetração vaginal no gargalo da garrafa com suas ancas abaixando e subindo. A música de décadas atrás já não toca mais, mas a retardada da sociopata da professora continua lá, ensinando isto. Crianças sim, de cerca de 8-10 anos. Pode? Pior, elas form aplaudidas… Pior, elas foram aplaudidas por seus pais. Então, em meu país ideal, eu teria liberdade de pôr esta professora no olho da rua no dia seguinte, sem precisar que exista uma lei ou interferência jurídica para puni-la. Este é o ponto.
Anselmo Heidrich