terça-feira, abril 09, 2019

Educação de verdade é o contrário do que dizem os especialistas


Matéria da @bbcbrasil intitutlada “5 questões urgentes da educação brasileira que o novo ministro Abraham Weintraub vai enfrentar” de Paula Adamo Idoeta — @paulaidoeta — é mais uma daquelas provas de que quando falam ou discutem sobre “educação”, geralmente, não tocam em nada urgente, fundamental ou difícil. Vou, ponto por ponto…
A primeira delas, segundo a BBC:
1. Modelo de financiamento está prestes a expirar
O fundo federal de 150 bilhões por ano tem prazo para acabar, em 2020 e é responsável pelo sustento de mais de 180 milhões de matrículas.
Sinceramente, alguém acha que isto não vai ser extendido ou ampliado? Agora, a questão que não é contemplada, este é o melhor modelo que conseguimos obter? Ficar refém dos humores do Congresso e a aprovação de projetos e emendas, cujo teor sequer deveria ser questionado é ridículo. Já, o método de execução e implementação dos recursos sim, mas isto, ao que eu saiba, não é cogitado.
Outra questão não menos importante é discutir a reforma tributária incluindo estes repasses, pois ao invés de tributar e recolher recursos dos estados e municípios para ir para Brasília para depois retornar através de fundos como o FUNDEB — Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica -, o melhor seria que nem saíssem de onde foram gerados. Este é o ponto, a descentralização tem que ser em todos os sentidos, inclusive administrativa e fiscal.
Agora, as questões propriamente pedagógicas…
2. Colocar em prática a Base Curricular
Em primeiro lugar dizer que isto foi “imposto pela gestão Temer” é para eximir a responsabilidade das gestões petistas, uma vez que este monstrengo foi criado no período de ministério de Renato Janine, ainda no Governo Dilma.
Para quem não sabe do que se trata, a BNCC — Base Nacional Curricular Comum -, sim, esse nome horroroso é, basicamente, um currículo comum a ser aplicado nacionalmente. Vejam, das duas uma, ou tu assumes o princípio de que o país é o quinto maior do mundo em extensão e população e tem um quadro social e cultural extremamente diverso, não sendo recomendado homogeneizar o ensino ou parte do princípio de que se quer formar um currículo comum assumindo que seja fundamental a todos. Para mim é óbvio que português e matemática seriam isto e já estaria de bom tamanho, sem que seja necessário reformular o ensino de história, geografia e ciências. E lendo em detalhe as propostas já enviadas no período do governo Dilma fica claro porque o apreço por este lixo teórico: ideologização pura e simples, na qual o ensino de história perde os assuntos relativos à Europa para dar primazia ao pouco que se sabe da África e inventar história, isto mesmo, baseada na mitologia ameríndia. Feito isto durante 25 anos tu já tens um exército de indivíduos amestrados prontos para venezuelizar o Brasil varonil. Isto sem falar no estelionato pedagógico da ideologia de gênero igualmente contemplada.
Agora algo que valeria muito a pena:
3. Dar rumo à reforma do ensino médio
Esta foi uma excelente proposta, essa sim do Gov. Temer, de criar especialidades, Humanas, Exatas e Biológicas no Ensino Médio, para as quais se concentrariam os estudantes. Mas, não foi basicamente por falta de recursos como está nos comentários de “especialistas”, mas sim por falta de pessoal (professores) qualificados. Tanto que o projeto procurava regularizar algo que já existe, a legalização/regulamentação de professores que não possuem o título formal dessa especialidade.
Outro dado não contemplado nos comentários da matéria é que boa parte da rejeição veio da militância petista, psicopata claro, que rejeitou o projeto por não ser de origem petista, uma vez que Dilma já havia sido impichada. E também por aquela massa acéfala de professores que acham que tudo em termos de educação se resume à maiores salários e flexibilização no ensino de modo que a aula fique mais criativa, de acordo com suas predileções políticas e menos rigorosa em termos científicos.
Eu acho o próximo tema importantíssimo, mas é geralmente o de pior análise e tratamento:
4. Formação de professores
Em primeiro lugar, não existe esta cisão entre “teoria” e “prática”, mas teoria errada, que não explica a realidade ou não parte da realidade. Os professores brasileiros sequer tem disciplinas de “resolução de conflitos”, coisa que qualquer RH leva em conta, mas não quem acha que ensinar, educar uma massa de crianças e jovens não sofra com isso. A questão disciplinar é SUMAMENTE IGNORADA.
Deixe-me fazer uma pergunta: se triplicarmos o salário de policiais corruptos, eles deixarão de ser corruptos? Não, né? Então por que, diabos, uma melhor formação não deve levar em conta pessoal novo para reciclar o pessoal que dificilmente vá deixar seus vícios de trabalho?
Assim como o Mais Médicos dificilmente leva pessoal à cidades sem infraestrutura só pelo salário, não bastam melhores salários sem condições adequadas e qualquer um que saiba o que é uma escola, principalmente pública, mas não somente, as privadas também sabe que sem DISCIPLINA, esquece. Ponha a pedagogia que for, o método que for, tudo, grana, tudo, nada funcionará.
Se atribui muita importância ao Enem e ele é um problema em si, não uma solução:
5. Enem, prova de alfabetização e demais avaliações a perigo
Assim como a BNCC, as avaliações não deveriam ser centralizadas. Vestibulares isolados, como eram no passado, tinham excelente qualidade e eram muitíssimos mais rigorosos exigindo que o mérito fosse individual e não por questões étnicas, sexuais ou outras quaisquer que só subsistem rebaixando o nível de ensino e sua exigência.
Compartilhem.
Anselmo Heidrich
9 abr. 19
Em tempo: @bbcbrasil vejamos isto aqui “Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que o Brasil tem a tradição de ‘nomear ministros homens acadêmicos que não entendem de Pedagogia ou de políticas para a educação básica’”
E… DESDE quando pedagogia não é preocupação sumamente acadêmica? Quais teorias pedagógicas se aplicam, OU MELHOR, são úteis e eficazes no ambiente escolar?
Eu, com mais de 25 anos de sala de aula, tendo ministrado aulas no ensino fundamental, médio, superior, pré-vestibular vos afirmo: praticamente NENHUMA.

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