segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Santa Catarina e Maquiavel



Apresento aqui o texto de Milton Simon Pires, médico intensivista de Porto Alegre com um artigo claro e conciso sobre a atuação de parte da mídia nacional que, malgrado passa a ser hegemônica. Por estas e outras que devemos observar a linguagem... Chamar tais ocorrências de “confusão” é um eufemismo forçado demais. Na verdade são ataques deliberados com o propósito de medir forças com o estado.
Eventualmente teremos a participação deste colaborador em nosso blog. Que seja bem vindo!

*Veja este outro lúcido comentário sobre a tragédia de Santa Maria aqui.


SANTA CATARINA E MAQUIAVEL – HOMENAGEM A IMPRENSA “ENGAJADA”

Bombeiro tentando apagar em 2013 o incêndio começado na década de 1960!

Quem domina a linguagem domina o pensamento! Toda vez que abordamos os ataques terroristas em Florianópolis como a “questão da violência” estamos fazendo aquilo que uma certa parte (a maior dela) da escória da Universidade e da Imprensa Brasileira querem: unir na mesma definição fenômenos de origem completamente distinta. Assim, a “questão da violência em Florianópolis” torna-se vizinha da “questão da mulher”, da “questão do índio” e da “questão GLS”. Ela sai portanto, da categoria do crime e entra na ordem do dia das “lutas sociais”. Não há que se ter meias medidas com a imprensa que sofre de "Síndrome de Chinelização" (doença que eu abordei em texto específico) pois ela é toda pautada por jornalistas engajados com a intelectualidade. Eles vão sempre procurar ver "os dois lados daquilo que está acontecendo em Florianópolis" e acreditam de fato que existam estes dois lados - aquele de quem ataca e incendeia ônibus e aquele que faz parte da sociedade que criou, através da "exclusão social", as condições para que o ataque ocorra. Daqui a pouco um deles vai sugerir que os bandidos de Florianópolis sejam reunidos para estudarem Michel Foucault, Regis Debray e Mao Tse Tung juntos e vai insistir, neste e em outros blogs, que todos eles são “vítimas” deste modelo neoliberal perverso. A exemplo daquilo que aconteceu em São Paulo é inadmissível sugerir que "isto sempre aconteceu em todos os governos e não adianta culpar especificamente o PT". Respondo rapidamente que adianta, sim ! Todos os partidos políticos até hoje no Brasil tiveram e tem "ligações" com o crime organizado, menos o Partido dos Trabalhadores (PT) por um motivo muito singelo: o PT É O CRIME ORGANIZADO ! É isso que a imprensa não diz e que, mesmo que diga, as pessoas não vão entender. Elas precisariam conhecer a história inteira do Socialismo, saber que Stalin assaltava bancos e que Mao Tse Tung financiou sua revolução com dinheiro do tráfico de ópio. Seriam obrigadas a ler Sartre, estudar o movimento Black Power, Herbert Marcuse e a Teologia da Libertação para saber o porquê da glorificação da violência e da vitimização do bandido e buscar na história o ano de 1967 – época em que o General Golbery do Couto e Silva fez a loucura de juntar na Ilha Grande (RJ) os presos políticos e os traficantes de drogas. Foi ali, e não no Colégio Sion em São Paulo 1980, que nasceu o PT. É isso que Marilena Chauí não conta..isso que Chico Buarque não canta ..isso que a Zero Hora e a Folha de São Paulo não publicam! Este conhecimento, por enquanto fica restrito a algumas “aberrações da direita” e que não tem espaço algum na mídia.
Certa vez Maquiavel escreveu que “quando a consciência das coisas mais graves são acessíveis às pessoas mais simples; aí já é tarde demais”. Vamos todos rezar para não ser esse o caso das pessoas de bem em Santa Catarina.


15 de fevereiro de 2012


                                                                                                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário