domingo, junho 22, 2014

Imprensa estrangeira simplifica o Brasil para "entendê-lo"


  
"(...) "Los manifestantes que desde hace un año reclaman más derechos y más servicios en las calles sugieren que este dinero tendría que haber sido invertido en salud y educación. De hecho, entre los colectivos más beligerantes están los profesores, que en ciudades como São Paulo y Río de Janeiro han llegado a estar de huelga durante más de un mes. "Razones no les faltan. Un docente de escuela primaria y secundaria gana entre 900 y 1.200 reales al mes (entre 400 y 540 dólares), en un país donde los precios se han multiplicado en los últimos años hasta unos niveles surrealistas. Lo más común es que un profesor brasileño tenga que tener tres y hasta cuatro trabajos para juntar un sueldo que simplemente le permita sobrevivir. "Los conductores de autobús, los médicos, los funcionarios públicos, los empleados del metro y el personal de los aeropuertos también reclaman a golpe de huelga una mejora salarial en un país en el que la tasa de inflación interanual es del 6,1 por ciento, pero en sectores como la vivienda supera con creces el 7 por ciento. "Según el Centro Pew de Investigación, el 72 por ciento de los brasileños no está satisfecho con su situación. Hace tan solo un año, antes de que comenzaran las protestas masivas por la subida del billete de bus y el metro, este dato era del 55 por ciento, casi 20 puntos menor. Sin embargo, analizando con atención los datos del Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (Ipea), se desprende que nunca en la historia de Brasil se había invertido tanto dinero en educación, salud y programas de asistencia social y en vivienda pública. "En el 2010, la educación se llevó 20.000 millones de dólares y la salud, unos 30.000 millones. En total, todos los programas sociales del Gobierno brasileño sumaron 280.000 millones de dólares, una cantidad muy por encima de lo que habría costado el Mundial. "Al mismo tiempo, el desempleo está en los niveles más bajos de las últimas dos décadas, y ha pasado del 12 por ciento de 1999, al 5 por ciento actual. Además, desde el 2003, el año en que Luiz Inácio Lula da Silva llegó al poder, la extrema pobreza se ha reducido de forma ostensible, pasando de un 15,16 por ciento a un esperanzador 5,3 por ciento. (...)" [Brasil: El mundial que tiene enfurecido a un pueblo – El Tiempo http://www.hacer.org/latam/?p=40218]


Com o devido respeito, algo não faz sentido na matéria... Nunca se investiu tanto em educação*, mas os professores seguem ganhando salários baixíssimos. Ora, das duas uma, ou os valores são ainda baixos e no passado eram miseráveis, ou o que se investe no setor não chega "na ponta", isto é, em sala de aula e em quem deveria ser valorizado, o professor. 

Outro dado relevante é quanto à taxa de desemprego. Primeiramente porque muito do que o PT alega ser "criação de emprego com carteira assinada", simplesmente não passa de registro com carteira de trabalho imposto para empresas que contratavam empregados informalmente e que, devido a nossa escorchante taxa de tributos levaram à redução da renda desses trabalhadores, assim como diminuição da capacidade empregatícia de nossas empresas.

E a sociologia aplicada a 2ª seção do texto não fez sentido para mim: afinal, se o governo foi responsável pelo aumento de uma classe média como pôde, simultaneamente, ter esquecido a mesma e, com isto originado uma situação de revolta?

Há sim muita legitimidade na desconfiança e desapego para com a Copa, mas que é totalmente diferente da adesão para o caos orquestrado com interesses difusos em protestos violentos. O grande erro nestas análises sumárias é tomar o particular como geral, isto é, fazer um suco dessas frutas todas e apontar um único sabor ao tentar explicar, sumariamente, através de uma relação de causa e efeito as razões do descontentamento com o campeonato mundial. É muito mais do que isto e se não fosse este mega evento seria outro o alvo dos protestos, que já se amplificaram graças à maior comunicabilidade dos tempos atuais. Razões totalmente legítimas, como nossa incrível corrupção, ineficiência burocrática, ausência de planejamento e morosidade/impunidade judicial seriam motivos para uma revolta épica que, infelizmente, se traduz à manifestações em bairros nobres de menores de idade que têm certeza de sua impunidade (menos de 18 anos no Brasil é "incapaz" perante a Justiça!) e que preferem quebrar Mercedes-Benz à lutar pela transparência política, que preferem semear o ódio de classe à propor projetos alternativos de políticas públicas, que preferem ações violentas à ações conscientizadoras duradouras, que preferem os holofotes das câmeras à enfrentar a população de bairros periférios, que não tem tempo nem tampouco paciência para este tipo de covardia consentida e tolerada pelos pedagogos da incultura contemporânea no Brasil. Brasil, um eterno gigante... Com pés de barro.

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*Segundo o IPEA, instituto do qual não tenho a devida confiança. Enfim...

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