A partir de 2004 iniciei uma série de artigos comentando provas de seleção, seja de vestibulares de grande procura e concorrência no estado de SP onde vivi e trabalhei quase duas décadas ou no famigerado ENEM. Aqui, o primeiro deles:
A prova de Geografia
da FUVEST 2004
por Anselmo Heidrich em 16 de janeiro de 2004
Resumo: Em artigo para o MSM, o professor Anselmo Heidrich mostra como a última coisa que existiu no vestibular de Geografia da FUVEST - 2004 foi... a própria Geografia!
© 2004 MidiaSemMascara.org
Agora que o maior vestibular do país terminou neste ano, e muitos candidatos foram postos à prova segundo conteúdo ministrado por milhares de professores no estado de São Paulo e no Brasil em geral, cabe fazermos alguns comentários. Só que um pouco diferentes do que os feitos pelos cursos pré-vestibulares.
Na primeira fase foram doze questões, quatro extremamente problemáticas com relação a orientação que os formuladores do vestibular lhes deram. E na segunda foram dez questões, e simplesmente cinco delas são tendenciosas.
A seguir, as questões e seus respectivos gabaritos comentados.
Na primeira fase foram doze questões, quatro extremamente problemáticas com relação a orientação que os formuladores do vestibular lhes deram. E na segunda foram dez questões, e simplesmente cinco delas são tendenciosas.
A seguir, as questões e seus respectivos gabaritos comentados.
Q. 49 [D]
O ingresso de investimento direto estrangeiro no Brasil, na década de 1990,
a) desenvolveu tecnologias de ponta e aprimorou a rede de transporte no país.
b) melhorou a distribuição da renda e determinou a reforma do sistema previdenciário.
c) levou os produtos tecnológicos à liderança na pauta de exportação do país, diminuindo a desigualdade regional.
d) remunerou o capital internacional e diminuiu postos de trabalho no país.
e) dificultou parcerias com a União Européia e as aumentou com os Estados Unidos.
O ingresso de investimento direto estrangeiro no Brasil, na década de 1990,
a) desenvolveu tecnologias de ponta e aprimorou a rede de transporte no país.
b) melhorou a distribuição da renda e determinou a reforma do sistema previdenciário.
c) levou os produtos tecnológicos à liderança na pauta de exportação do país, diminuindo a desigualdade regional.
d) remunerou o capital internacional e diminuiu postos de trabalho no país.
e) dificultou parcerias com a União Européia e as aumentou com os Estados Unidos.
Comentário: Vários alunos meus perguntaram por que a resposta desta questão não poderia ser a 'A'. Eu lhes dizia que para se sair bem nas questões de vestibular, tinha que se pensar como a maioria dos que formulam tais questões, isto é, segundo um viés estruturalista marxista e eivado de teorias conspiratórias terceiro-mundistas. Desta forma é que se torna plausível crer que o desemprego aumentou. Como se a fonte de trabalho no país só levasse em consideração os empregos públicos das estatais e não as atividades do setor privado que diminuem sim, mas especificamente as que possuem vínculos formais com o Ministério do Trabalho, pois os postos de trabalho informais têm apresentado incremento, provavelmente como estratégia de fuga da tributação extorsiva que nos é imputada. É também dogmática a posição dos formuladores de tais questões ao não quererem admitir que houve, sem dúvida, um avanço tecnológico com o aumento das importações e melhoria na rede de transportes, graças às concessões para administração que dispensaram recursos para a recuperação de estradas e construção de novas.
Q 50 [E]
Nas últimas décadas, têm aumentado os estudos relativos à função das florestas tropicais nos balanços físicos e químicos, em diversas escalas. Focalizando especialmente o papel da Floresta Amazônica, examine as associações abaixo.
Nas últimas décadas, têm aumentado os estudos relativos à função das florestas tropicais nos balanços físicos e químicos, em diversas escalas. Focalizando especialmente o papel da Floresta Amazônica, examine as associações abaixo.
ESTUDO BALANÇO PAPEL DA FLORESTA AMAZÔNICA
I Global do carbono Sumidouro
I Global do carbono Sumidouro
II Hidrológico regional Fonte significativa de umidade para
precipitação regional
precipitação regional
III Geomorfológico Atenuadora de processos erosivos
e sedimentares
e sedimentares
Está correto o que se associa em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
Comentário: Como nossos professores têm vocação para beatos! Antes que um consenso científico se estabeleça, lá estão eles a repetir noções, meras hipóteses como se fosse um verdadeiro mantra!
A possibilidade de que as florestas, em particular as tropicais, pudessem exercer o papel de "sumidouros de carbono" trouxe um grande alento para as perspectivas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aventado no Protocolo de Kyoto. O assim chamado M.D.L. permitiria que cotas de poluição pudessem ser vendidas pelos países que estivessem com suas economias estagnadas ou em declínio. Daí, países em crescimento econômico poderiam adquirir tais cotas. No entanto, os recursos arrecadados deveriam ser utilizados para "atividades ecologicamente sustentadas", isto é, atividades que retornassem em benefício ambiental. Neste contexto, o reflorestamento seria perfeito, pois na fase de crescimento, as árvores consumiriam mais carbono do que expeliriam na sua respiração - não se engane, não tem nada a ver com a malfadada tese de "pulmão do mundo".
Apesar de eu acreditar que se tal mecanismo fosse aplicado, dificilmente tais recursos chegariam ao seu fim, haja vista a corrupção endêmica dos países subdesenvolvidos [1], o mecanismo também é controverso em seus próprios pressupostos. Recentemente, cientistas obtiveram dados em floresta de Santarém (PA) que sugerem que a época chuvosa aumentaria a emissão de gases responsáveis pelo chamado "efeito estufa".
Nas palavras de cientistas do INPE e IAG-USP:
"Por muito tempo acreditou-se que o ápice da absorção de carbono acontecia na época das chuvas, quando as plantas crescem mais e, portanto, usam mais CO2 para construir sua biomassa. A pesquisa, no entanto, revelou que isso acontecia na seca, enquanto a floresta 'emagrecia' (perdia biomassa) na estação chuvosa.
"'Esse é o grande xis da questão', diz o cientista espacial Volker Kirchhoff, 61, do Inpe, que também assina a pesquisa. 'O que acontece é que um dos ciclos [o seco] está sendo menor que o outro.' No caso, sugere a equipe, o fator que faz a diferença é a chamada liteira, a camada de folhas e material orgânico em decomposição que recobre o chão da floresta. 'Os microrganismos que decompõem esse material precisam de um nível alto de umidade para operar', diz Rocha. (Humberto Ribeiro da Rocha, do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG-USP.)
"Na seca, com menos umidade, há menos respiração nessa faixa da floresta, e a emissão de CO2 despenca, enquanto a fotossíntese (que 'devora' a substância) não chega a cair muito. Com as chuvas, no entanto, a atividade da liteira volta com toda a força, desequilibrando a balança, no fim, a favor da emissão de carbono." [2]
"Muitos ambientalistas acreditam que políticos se adiantaram à ciência ao dar tanta importância às árvores, no Tratado de Quioto. Eles afirmam que isso foi feito por motivos políticos." [3]
Disto, eu já sabia. Pois é, e agora? Não que eu faça apologia ao desmatamento, em absoluto [4], mas o que sempre venho dizendo para os meus alunos é que a importância da biomassa, em termos climáticos, é sua capacidade de regulação térmica. O que já é provado e plenamente compreensível. Já alertava para a exploração política do tema ambiental. Agora só falta esclarecer mais esta história de "efeito estufa".
Mas e agora? Vamos ter que desmatar a floresta para reduzir o "efeito estufa" ou desmistificar o suposto “efeito”? Com a palavra, o Greenpeace. Mas acho que eles inventarão outra tese...
A possibilidade de que as florestas, em particular as tropicais, pudessem exercer o papel de "sumidouros de carbono" trouxe um grande alento para as perspectivas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aventado no Protocolo de Kyoto. O assim chamado M.D.L. permitiria que cotas de poluição pudessem ser vendidas pelos países que estivessem com suas economias estagnadas ou em declínio. Daí, países em crescimento econômico poderiam adquirir tais cotas. No entanto, os recursos arrecadados deveriam ser utilizados para "atividades ecologicamente sustentadas", isto é, atividades que retornassem em benefício ambiental. Neste contexto, o reflorestamento seria perfeito, pois na fase de crescimento, as árvores consumiriam mais carbono do que expeliriam na sua respiração - não se engane, não tem nada a ver com a malfadada tese de "pulmão do mundo".
Apesar de eu acreditar que se tal mecanismo fosse aplicado, dificilmente tais recursos chegariam ao seu fim, haja vista a corrupção endêmica dos países subdesenvolvidos [1], o mecanismo também é controverso em seus próprios pressupostos. Recentemente, cientistas obtiveram dados em floresta de Santarém (PA) que sugerem que a época chuvosa aumentaria a emissão de gases responsáveis pelo chamado "efeito estufa".
Nas palavras de cientistas do INPE e IAG-USP:
"Por muito tempo acreditou-se que o ápice da absorção de carbono acontecia na época das chuvas, quando as plantas crescem mais e, portanto, usam mais CO2 para construir sua biomassa. A pesquisa, no entanto, revelou que isso acontecia na seca, enquanto a floresta 'emagrecia' (perdia biomassa) na estação chuvosa.
"'Esse é o grande xis da questão', diz o cientista espacial Volker Kirchhoff, 61, do Inpe, que também assina a pesquisa. 'O que acontece é que um dos ciclos [o seco] está sendo menor que o outro.' No caso, sugere a equipe, o fator que faz a diferença é a chamada liteira, a camada de folhas e material orgânico em decomposição que recobre o chão da floresta. 'Os microrganismos que decompõem esse material precisam de um nível alto de umidade para operar', diz Rocha. (Humberto Ribeiro da Rocha, do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG-USP.)
"Na seca, com menos umidade, há menos respiração nessa faixa da floresta, e a emissão de CO2 despenca, enquanto a fotossíntese (que 'devora' a substância) não chega a cair muito. Com as chuvas, no entanto, a atividade da liteira volta com toda a força, desequilibrando a balança, no fim, a favor da emissão de carbono." [2]
"Muitos ambientalistas acreditam que políticos se adiantaram à ciência ao dar tanta importância às árvores, no Tratado de Quioto. Eles afirmam que isso foi feito por motivos políticos." [3]
Disto, eu já sabia. Pois é, e agora? Não que eu faça apologia ao desmatamento, em absoluto [4], mas o que sempre venho dizendo para os meus alunos é que a importância da biomassa, em termos climáticos, é sua capacidade de regulação térmica. O que já é provado e plenamente compreensível. Já alertava para a exploração política do tema ambiental. Agora só falta esclarecer mais esta história de "efeito estufa".
Mas e agora? Vamos ter que desmatar a floresta para reduzir o "efeito estufa" ou desmistificar o suposto “efeito”? Com a palavra, o Greenpeace. Mas acho que eles inventarão outra tese...
1 Cf.http://www.transparency.org/tilac/portuguese/dnld/cpi2002.port.pdf
2 FSP, 28 de novembro de 2003.
3http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/11/031128_arvoresrc.shtml
4 Por outro lado, a derrubada da floresta também é garantia de mais emissões de CO2 (idem FSP).
2 FSP, 28 de novembro de 2003.
3http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/11/031128_arvoresrc.shtml
4 Por outro lado, a derrubada da floresta também é garantia de mais emissões de CO2 (idem FSP).
Q 53 [E]
O conhecimento tradicional próprio de comunidades locais desperta a atenção de empresas transnacionais no Brasil, devido
a) ao reconhecimento do papel dessas comunidades na conservação de recursos naturais pelos organismos internacionais que pagam quantias elevadas por isso.
b) ao relacionamento dessas comunidades com grupos para-militares de Estados vizinhos, facilitando assim a expansão
dos investimentos.
c) à possibilidade de essas comunidades serem inseridas no mercado de consumo, a partir da descrição do seu gênero
de vida.
d) à posição estratégica das comunidades, junto aos grandes corpos d'água e ao litoral, contribuindo para o combate ao
contrabando.
e) à aceleração da pesquisa que tal conhecimento propicia, facilitando a bioprospecção de espécies que ocorrem em
território brasileiro.
Comentário: Nossos queridos professores universitários sempre dão um jeitinho de chamar a atenção para o que acham conveniente. E não poderia ser diferente mesmo. Só que a sua atenção sempre resvala para uma teoria conspiratória.
"(...) desperta a atenção de transnacionais no Brasil (...)."
Ora! Que possibilidade de empreendimento não chamaria a atenção de grandes companhias no mundo?! Ou elas não são grandes justamente por que não procuram perder oportunidades? Mas o tom do enunciado revela o quê? Uma artimanha para nos roubar os recursos de que dispomos.
A alternativa "a" considerada errada, por acaso deveria ser correta? Deveriam os organismos internacionais pagar por uma conservação de nossos recursos? Isto não implicaria na perda da soberania, tão alegada pelos nacionalistas, ou pelo discurso nacionalista de que se aproveitam os socialistas? É muita cara-de-pau. Por nossa única e exclusiva incompetência, temos ainda que delegar responsabilidades aos outros.
Não se tem notícia do relacionamento dessas comunidades com grupos paramilitares vizinhos, mas se tem conhecimento da penetração em território nacional de grupos guerrilheiros vizinhos como as Farc. Notem que a atenção dada à alternativa "b" recai sobre supostos grupos paramilitares (de "direita", diriam alguns), mas não as guerrilhas marxistas que infestam a América Latina. Jeitinho sub-reptício de influenciar opiniões. E bem perspicaz, se considerarmos que o público alvo é constituído na sua grande maioria de adolescentes, facilmente manipuláveis na sua grande maioria.
A alternativa "c" me parece a mais mística de todas. O que significa inserir tais comunidades no mercado de consumo a partir da "descrição de seu gênero de vida"? O que é isto? Há estratégias de desenvolvimento ambientalmente correto sim, e inseridas no mercado sim, mas não se pode achar que o mercado tem que se adequar a elas. Elas é que têm que fazer algo à respeito de sua possível adequação e é só neste sentido que existe a compatibilidade entre a espécie humana e o ambiente. De modo mais explícito, não há compatibilidade dentro de uma visão "fundamentalista do ambientalismo".
O combate ao contrabando na alternativa "d", realmente não se torna factível devido, entre outros fatores, à baixa densidade demográfica regional. Mas como tornar isto possível se a própria causa ambientalista desestimula sua correta ocupação e criação de mecanismos que insiram (estes sim) tais comunidades numa economia de mercado?
Por fim, a alternativa correta mostra que a exploração racional baseada na pesquisa científica se presta, conforme o enunciado da própria questão, aos interesses imediatistas das transnacionais. Só falta concluir que as pesquisas devem ser abortadas. Ao invés de incentivar a ocupação da região por centros de pesquisa que não discriminem a nacionalidade, mas incentivem os estudos e produção brasileiros, entre outros, o teor da questão só se presta a difusão do preconceito e da xenofobia.
São só slogans travestidos de conhecimento social.
b) ao relacionamento dessas comunidades com grupos para-militares de Estados vizinhos, facilitando assim a expansão
dos investimentos.
c) à possibilidade de essas comunidades serem inseridas no mercado de consumo, a partir da descrição do seu gênero
de vida.
d) à posição estratégica das comunidades, junto aos grandes corpos d'água e ao litoral, contribuindo para o combate ao
contrabando.
e) à aceleração da pesquisa que tal conhecimento propicia, facilitando a bioprospecção de espécies que ocorrem em
território brasileiro.
Comentário: Nossos queridos professores universitários sempre dão um jeitinho de chamar a atenção para o que acham conveniente. E não poderia ser diferente mesmo. Só que a sua atenção sempre resvala para uma teoria conspiratória.
"(...) desperta a atenção de transnacionais no Brasil (...)."
Ora! Que possibilidade de empreendimento não chamaria a atenção de grandes companhias no mundo?! Ou elas não são grandes justamente por que não procuram perder oportunidades? Mas o tom do enunciado revela o quê? Uma artimanha para nos roubar os recursos de que dispomos.
A alternativa "a" considerada errada, por acaso deveria ser correta? Deveriam os organismos internacionais pagar por uma conservação de nossos recursos? Isto não implicaria na perda da soberania, tão alegada pelos nacionalistas, ou pelo discurso nacionalista de que se aproveitam os socialistas? É muita cara-de-pau. Por nossa única e exclusiva incompetência, temos ainda que delegar responsabilidades aos outros.
Não se tem notícia do relacionamento dessas comunidades com grupos paramilitares vizinhos, mas se tem conhecimento da penetração em território nacional de grupos guerrilheiros vizinhos como as Farc. Notem que a atenção dada à alternativa "b" recai sobre supostos grupos paramilitares (de "direita", diriam alguns), mas não as guerrilhas marxistas que infestam a América Latina. Jeitinho sub-reptício de influenciar opiniões. E bem perspicaz, se considerarmos que o público alvo é constituído na sua grande maioria de adolescentes, facilmente manipuláveis na sua grande maioria.
A alternativa "c" me parece a mais mística de todas. O que significa inserir tais comunidades no mercado de consumo a partir da "descrição de seu gênero de vida"? O que é isto? Há estratégias de desenvolvimento ambientalmente correto sim, e inseridas no mercado sim, mas não se pode achar que o mercado tem que se adequar a elas. Elas é que têm que fazer algo à respeito de sua possível adequação e é só neste sentido que existe a compatibilidade entre a espécie humana e o ambiente. De modo mais explícito, não há compatibilidade dentro de uma visão "fundamentalista do ambientalismo".
O combate ao contrabando na alternativa "d", realmente não se torna factível devido, entre outros fatores, à baixa densidade demográfica regional. Mas como tornar isto possível se a própria causa ambientalista desestimula sua correta ocupação e criação de mecanismos que insiram (estes sim) tais comunidades numa economia de mercado?
Por fim, a alternativa correta mostra que a exploração racional baseada na pesquisa científica se presta, conforme o enunciado da própria questão, aos interesses imediatistas das transnacionais. Só falta concluir que as pesquisas devem ser abortadas. Ao invés de incentivar a ocupação da região por centros de pesquisa que não discriminem a nacionalidade, mas incentivem os estudos e produção brasileiros, entre outros, o teor da questão só se presta a difusão do preconceito e da xenofobia.
São só slogans travestidos de conhecimento social.
Q 55 [B]
A partir da década de oitenta do século XX, programas agrícolas promoveram o desenvolvimento da região centro-oeste
do Brasil. Isso foi realizado com grande aplicação de capital e utilização de técnicas agrícolas avançadas.
Podemos afirmar que a substituição das formações do cerrado pela agricultura mecanizada, entre outras características,
a) foi favorecida pela grande fertilidade de suas terras planas, próprias dos chapadões.
b) aumentou a tendência natural de processos erosivos por interferências antrópicas, como a compactação do solo.
c) desnudou extensas áreas de mares de morros, provocando assoreamento de rios, como o Araguaia.
d) gerou poucos impactos ambientais, tendo em vista a substituição de uma cobertura vegetal por outra.
e) eliminou as queimadas naturais e antrópicas na região com o uso de irrigação por gotejamento.
A partir da década de oitenta do século XX, programas agrícolas promoveram o desenvolvimento da região centro-oeste
do Brasil. Isso foi realizado com grande aplicação de capital e utilização de técnicas agrícolas avançadas.
Podemos afirmar que a substituição das formações do cerrado pela agricultura mecanizada, entre outras características,
a) foi favorecida pela grande fertilidade de suas terras planas, próprias dos chapadões.
b) aumentou a tendência natural de processos erosivos por interferências antrópicas, como a compactação do solo.
c) desnudou extensas áreas de mares de morros, provocando assoreamento de rios, como o Araguaia.
d) gerou poucos impactos ambientais, tendo em vista a substituição de uma cobertura vegetal por outra.
e) eliminou as queimadas naturais e antrópicas na região com o uso de irrigação por gotejamento.
Comentário: Se há algum mal incluído no processo de desenvolvimento retratado pelos formuladores do vestibular da Fuvest, sempre estará aí o "grande capital", esta entidade fantasmagórica. E é absurdo, em primeiro lugar, por que várias outras questões de vestibulares da própria Fuvest sobre a migração para o Centro-Oeste sempre apontaram a depauperação agrária particularmente do Sul como a principal causa. Ora, esta é uma clara contradição, pois se os migrantes que incentivaram a transformação agrária do Centro-Oeste estavam empobrecidos como fariam parte do "grande capital"?!
Outro dado importante é que a agricultura brasileira, acompanhando a tendência mundial, não mais se baseia na busca de terra férteis. Estamos no estágio da "agricultura de conversão", ou seja, de transformação e adaptação dos solos para as necessidades de produção que temos. Os solos do Centro-Oeste são, em geral, ácidos e a técnica de calagem e o aproveitamento de alto grau de insolação anual tornou a região o novo "eldorado agrícola brasileiro". Se fôssemos ouvir nossos ecologistas, nunca a teríamos transformado em terras produtivas, nem o estado do Mato Grosso se transformaria hoje no maior produtor de soja do país, a principal commodity brasileira.
Uma observação sobre um dado da alternativa "e". As queimadas naturais são benfazejas para o ecossistema dos cerrados, pois dessa forma as sementes das árvores típicas da região conseguem germinar. Ocorre que, logo após a causa comum dessas queimadas, os raios, vêm chuvas e o incêndio é aplacado. Por outro lado, a "coivara" que consiste na queimada para dar início ao plantio é uma técnica ancestral e indígena adotada pelos agricultores pobres, sem recursos modernos. Não se trata, portanto, de obra maligna do "grande capital" a principal causa de destruição ambiental, mas de técnicas silvícolas que não condizem com a atua população de dezenas de milhões de habitantes do país.
Outro dado importante é que a agricultura brasileira, acompanhando a tendência mundial, não mais se baseia na busca de terra férteis. Estamos no estágio da "agricultura de conversão", ou seja, de transformação e adaptação dos solos para as necessidades de produção que temos. Os solos do Centro-Oeste são, em geral, ácidos e a técnica de calagem e o aproveitamento de alto grau de insolação anual tornou a região o novo "eldorado agrícola brasileiro". Se fôssemos ouvir nossos ecologistas, nunca a teríamos transformado em terras produtivas, nem o estado do Mato Grosso se transformaria hoje no maior produtor de soja do país, a principal commodity brasileira.
Uma observação sobre um dado da alternativa "e". As queimadas naturais são benfazejas para o ecossistema dos cerrados, pois dessa forma as sementes das árvores típicas da região conseguem germinar. Ocorre que, logo após a causa comum dessas queimadas, os raios, vêm chuvas e o incêndio é aplacado. Por outro lado, a "coivara" que consiste na queimada para dar início ao plantio é uma técnica ancestral e indígena adotada pelos agricultores pobres, sem recursos modernos. Não se trata, portanto, de obra maligna do "grande capital" a principal causa de destruição ambiental, mas de técnicas silvícolas que não condizem com a atua população de dezenas de milhões de habitantes do país.
2a FASE
Q 1
Considerando a rede mundial de computadores, inovação tecnológica contemporânea das mais importantes,
explique as afirmações.
a) A integração econômica global é facilitada, pelo uso das mesmas técnicas...
b) ... contudo, integrar não significa incluir a todos.
Considerando a rede mundial de computadores, inovação tecnológica contemporânea das mais importantes,
explique as afirmações.
a) A integração econômica global é facilitada, pelo uso das mesmas técnicas...
b) ... contudo, integrar não significa incluir a todos.
Comentário: “Integrar não significa incluir a todos”. Esta é uma típica questãozinha sobre globalização, na qual os preconceitos típicos em relação a este fantástico processo histórico são disseminados.
Dizer que há uma integração global e dizer que esta se dá através do uso “das mesmas técnicas” é “chover no molhado”, pois afinal se fossem técnicas diferentes haveria alguma possibilidade de integração econômica? É necessário, antes de mais nada, uma linguagem comum. E, o que é bem sabido, a world wide web tem grande participação nisto. Destarte, o que eles tentam nos induzir a pensar neste primeiro item é que há uma hegemonia de pensamento em questão, pois afinal de contas, a técnica é única e una, segundo seus típicos clichês esquerdistas.
O coroamento da questão vem com o segundo item. Já que “integração econômica global” soa como um clichê bonito, tem que se procurar sua falha, seu “calcanhar de Aquiles”, uma vez que se trata de obra do “grande capital”. Onde estaria? Na exclusão de milhões de pessoas desse processo. Até aí, absolutamente normal. Ocorre que não fazem a pergunta necessária: por quê? O autor da questão deixa em aberto, mesmo por que sua resposta demandaria uma redação, mas a maneira de se pensar induzida é de um tipo de estruturalismo onde alguns são integrados justamente por que outros não o são, um “jogo de soma zero”. A teoria miraculosa para explicar seria a da extração de mais-valia por Marx. Mas isto existe? Ou os chamados “excluídos” é que não dispõem de habilitação e qualificação necessárias? Afinal, determinados tipos de mercado são inviabilizados quando não existe o chamado “capital humano”.
Como nossos intelectuais marxistas não podem admitir que haja evolução da civilização capitalista com redução do número de pobres, vamos aos fatos.
Entre 1992 e 1997, o número de corporações transnacionais cresceu 27%, enquanto o número de filiais externas cresceu 88%. A maior parte deste desenvolvimento ocorreu em países subdesenvolvidos. Xii! Azedou a teoria marxista-terceiro-mundista!
De 1993 a 1995, as 100 maiores corporações mundiais, totalizando USD 1,7 trilhão, tiveram incremento de 30% ao ano. Em 1995, as 300 maiores transnacionais experimentaram investimento total que só era projetado para 2001.
O combustível dessas tendências foi a expansão de mercados e adoção de moedas comuns.
Os mercados de fundos aumentaram em 1996 (USD bilhões):
Austrália, $312;
Holanda, $379;
Suíça, $402;
Hong Kong, $449;
Canadá, $486;
França, $591;
Alemanha, $671;
R.U., $1.740;
Japão, $3.089;
Os invejados EEUU, $8.484. (E isto que os terceiro-mundistas vivem dizendo que a pobreza neste país aumentou...)
O aumento da participação de filiais e companhias associadas em 1997, comparado a 1992 foi, respectivamente, de:
88 e 27% no mundo;
Sendo 28 e 18% nos países desenvolvidos;
106 e 109% nos países subdesenvolvidos. Xii! Azedou novamente o marxismo terceiro-mundista!
O aumento do investimento externo das 300 maiores transnacionais em 2001 comparado a 1995 foi:
54% de ampliação de seu mercado na América do Norte e 38% de investimento;
69 e 26% na Ásia;
48 e 44% no Japão;
57 e 31% na Europa Ocidental.
Vendas internacionais – incremento em 1996, comparado a 1990 (USD bilhões):
Mais de 10, EEUU, RU e China;
5 a 10, Austrália, Azerbaidjão e França;
2,5 a 5, RSA, o resto da África, Índia, Malásia, Japão, Canadá, Venezuela, Brasil;
1 a 2,5, México, Colômbia, Peru, Chile, Holanda, Suécia, Finlândia, Rússia, Cazaquistão, Chipre, Israel, Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Omã, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Indonésia, Cingapura, Brunei, Taiwan e Hong Kong.
Menos de 1, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Cuba, Rep. Dominicana, St. Kitts Nevis, Bolívia, Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Itália, Áustria, Rep. Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, Macedônia, Albânia, Ucrânia, Belarus, Letônia, Estônia, Moldávia, Turquia, Jordânia, Uzbequistão, Turcomenistão, EAU, Sri Lanka, Mianmar, Laos, Camboja, Coréia do Sul, Filipinas, Papua Nova Guiné, Nova Zelândia.
Decréscimo, Argentina, Uruguai, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Portugal, Espanha, Grécia, Bermudas.
Sem dados disponíveis, Belize, El Salvador, Honduras, Porto Rico, Haiti, Equador, Paraguai, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Iugoslávia, Lituânia, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen, Irã, Geórgia, Armênia, Afeganistão, Tadjiquistão, Quirguistão, Mongólia, Nepal, Butão, Bangladesh, Coréia do Norte.
Maiores transnacionais – as 100 maiores:
Coréia do Sul, 1;
Japão, 18;
Austrália, 3;
Canadá, 4;
EEUU, 30;
Venezuela, 1;
RU, 11;
França, 11;
Suíça, 5;
Bélgica, 2;
Holanda; 3;
Alemanha, 9;
Itália, 2;
Suécia, 3.
As 50 maiores baseadas em economias subdesenvolvidas:
Bermudas, 1;
México, 6;
Venezuela, 1;
Brasil, 4;
Chile, 1;
Argentina, 1;
RSA, 2;
Coréia do Sul, 7;
China, 7;
Hong Kong, 9;
Taiwan, 4;
Filipinas, 1;
Malásia, 2;
Cingapura, 4.
Dizer que há uma integração global e dizer que esta se dá através do uso “das mesmas técnicas” é “chover no molhado”, pois afinal se fossem técnicas diferentes haveria alguma possibilidade de integração econômica? É necessário, antes de mais nada, uma linguagem comum. E, o que é bem sabido, a world wide web tem grande participação nisto. Destarte, o que eles tentam nos induzir a pensar neste primeiro item é que há uma hegemonia de pensamento em questão, pois afinal de contas, a técnica é única e una, segundo seus típicos clichês esquerdistas.
O coroamento da questão vem com o segundo item. Já que “integração econômica global” soa como um clichê bonito, tem que se procurar sua falha, seu “calcanhar de Aquiles”, uma vez que se trata de obra do “grande capital”. Onde estaria? Na exclusão de milhões de pessoas desse processo. Até aí, absolutamente normal. Ocorre que não fazem a pergunta necessária: por quê? O autor da questão deixa em aberto, mesmo por que sua resposta demandaria uma redação, mas a maneira de se pensar induzida é de um tipo de estruturalismo onde alguns são integrados justamente por que outros não o são, um “jogo de soma zero”. A teoria miraculosa para explicar seria a da extração de mais-valia por Marx. Mas isto existe? Ou os chamados “excluídos” é que não dispõem de habilitação e qualificação necessárias? Afinal, determinados tipos de mercado são inviabilizados quando não existe o chamado “capital humano”.
Como nossos intelectuais marxistas não podem admitir que haja evolução da civilização capitalista com redução do número de pobres, vamos aos fatos.
Entre 1992 e 1997, o número de corporações transnacionais cresceu 27%, enquanto o número de filiais externas cresceu 88%. A maior parte deste desenvolvimento ocorreu em países subdesenvolvidos. Xii! Azedou a teoria marxista-terceiro-mundista!
De 1993 a 1995, as 100 maiores corporações mundiais, totalizando USD 1,7 trilhão, tiveram incremento de 30% ao ano. Em 1995, as 300 maiores transnacionais experimentaram investimento total que só era projetado para 2001.
O combustível dessas tendências foi a expansão de mercados e adoção de moedas comuns.
Os mercados de fundos aumentaram em 1996 (USD bilhões):
Austrália, $312;
Holanda, $379;
Suíça, $402;
Hong Kong, $449;
Canadá, $486;
França, $591;
Alemanha, $671;
R.U., $1.740;
Japão, $3.089;
Os invejados EEUU, $8.484. (E isto que os terceiro-mundistas vivem dizendo que a pobreza neste país aumentou...)
O aumento da participação de filiais e companhias associadas em 1997, comparado a 1992 foi, respectivamente, de:
88 e 27% no mundo;
Sendo 28 e 18% nos países desenvolvidos;
106 e 109% nos países subdesenvolvidos. Xii! Azedou novamente o marxismo terceiro-mundista!
O aumento do investimento externo das 300 maiores transnacionais em 2001 comparado a 1995 foi:
54% de ampliação de seu mercado na América do Norte e 38% de investimento;
69 e 26% na Ásia;
48 e 44% no Japão;
57 e 31% na Europa Ocidental.
Vendas internacionais – incremento em 1996, comparado a 1990 (USD bilhões):
Mais de 10, EEUU, RU e China;
5 a 10, Austrália, Azerbaidjão e França;
2,5 a 5, RSA, o resto da África, Índia, Malásia, Japão, Canadá, Venezuela, Brasil;
1 a 2,5, México, Colômbia, Peru, Chile, Holanda, Suécia, Finlândia, Rússia, Cazaquistão, Chipre, Israel, Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Omã, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Indonésia, Cingapura, Brunei, Taiwan e Hong Kong.
Menos de 1, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Cuba, Rep. Dominicana, St. Kitts Nevis, Bolívia, Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Itália, Áustria, Rep. Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, Macedônia, Albânia, Ucrânia, Belarus, Letônia, Estônia, Moldávia, Turquia, Jordânia, Uzbequistão, Turcomenistão, EAU, Sri Lanka, Mianmar, Laos, Camboja, Coréia do Sul, Filipinas, Papua Nova Guiné, Nova Zelândia.
Decréscimo, Argentina, Uruguai, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Portugal, Espanha, Grécia, Bermudas.
Sem dados disponíveis, Belize, El Salvador, Honduras, Porto Rico, Haiti, Equador, Paraguai, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Iugoslávia, Lituânia, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen, Irã, Geórgia, Armênia, Afeganistão, Tadjiquistão, Quirguistão, Mongólia, Nepal, Butão, Bangladesh, Coréia do Norte.
Maiores transnacionais – as 100 maiores:
Coréia do Sul, 1;
Japão, 18;
Austrália, 3;
Canadá, 4;
EEUU, 30;
Venezuela, 1;
RU, 11;
França, 11;
Suíça, 5;
Bélgica, 2;
Holanda; 3;
Alemanha, 9;
Itália, 2;
Suécia, 3.
As 50 maiores baseadas em economias subdesenvolvidas:
Bermudas, 1;
México, 6;
Venezuela, 1;
Brasil, 4;
Chile, 1;
Argentina, 1;
RSA, 2;
Coréia do Sul, 7;
China, 7;
Hong Kong, 9;
Taiwan, 4;
Filipinas, 1;
Malásia, 2;
Cingapura, 4.
FONTES:
Bank for International Settlements (BIS), CENTRAL BANK SURVEY OF FOREIGN EXCHANGE AND DERIVATIVES MARKET ACTIVITY, Basel, Switzerland: BIS, 1995.
Hatem, Fabrice, INTERNATIONAL INVESTIMENT: TOWARDS THE YEAR 2001, Paris: UN in cooperation with DATAR, UNCTAD and Arthur Andersen, Inc., 1997.
IMD, WORLD COMPETITIVENESS YEARBOOK, Lausanne, Switzerland: IMD, 1997.
United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), WORLD INVESTMENT REPORT 1997: TRANSNATIONAL CORPORATIONS, MARKET STRUCTURE AND COMPETITION POLICY, Geneva and New York: UNCTAD, 1997.
Bank for International Settlements (BIS), CENTRAL BANK SURVEY OF FOREIGN EXCHANGE AND DERIVATIVES MARKET ACTIVITY, Basel, Switzerland: BIS, 1995.
Hatem, Fabrice, INTERNATIONAL INVESTIMENT: TOWARDS THE YEAR 2001, Paris: UN in cooperation with DATAR, UNCTAD and Arthur Andersen, Inc., 1997.
IMD, WORLD COMPETITIVENESS YEARBOOK, Lausanne, Switzerland: IMD, 1997.
United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), WORLD INVESTMENT REPORT 1997: TRANSNATIONAL CORPORATIONS, MARKET STRUCTURE AND COMPETITION POLICY, Geneva and New York: UNCTAD, 1997.
Lá pelo ano 2000 era o número de PCs por cada 100 habitantes:
40, EEUU;
32, Noruega;
30, Dinamarca;
23, Holanda;
21, Alemanha;
19, Cingapura;
18, França;
17, Japão e Irlanda;
16, Coréia do Sul, Bélgica e Finlândia;
14, Hong Kong;
9, Itália e Portugal;
8, Chile;
7, Rep. Tcheca e Hungria;
6, Malásia;
5, Grécia e Polônia;
4, Argentina e México;
3, África do Sul e Colômbia;
2, Brasil e Rússia;
1, China;
Menos que 1, Egito, Índia e Indonésia.
(Agora me digam quanto devem ser as tarifas de importação dos últimos.)
Fonte: TeleGeography Inc.; Network Wizards at
40, EEUU;
32, Noruega;
30, Dinamarca;
23, Holanda;
21, Alemanha;
19, Cingapura;
18, França;
17, Japão e Irlanda;
16, Coréia do Sul, Bélgica e Finlândia;
14, Hong Kong;
9, Itália e Portugal;
8, Chile;
7, Rep. Tcheca e Hungria;
6, Malásia;
5, Grécia e Polônia;
4, Argentina e México;
3, África do Sul e Colômbia;
2, Brasil e Rússia;
1, China;
Menos que 1, Egito, Índia e Indonésia.
(Agora me digam quanto devem ser as tarifas de importação dos últimos.)
Fonte: TeleGeography Inc.; Network Wizards at
O que possibilita o crescimento econômico é sua abertura comercial com tarifas alfandegárias mais baixas, e não o contrário. País de “economia fechada” não cresce. A não inclusão no mercado global não se dá por nenhuma suposta extração da “mais-valia global”, mas devido a falta de preparo endógena das economias onde há o maior montante de “excluídos socialmente”. Pobres são conseqüência de estados corruptos, altamente burocráticos e protecionistas, não têm nada a ver com “mais-valia global”, um mito.
Q 4
No livro Xogun (James Clavel, 1986), ficção ambientada no século XVI, existe uma passagem na qual o navegador inglês Blackthorne, recém-chegado ao Japão, fez um mapa-mundi na areia, tentando explicar ao líder Toranaga o lugar de onde veio, o caminho que percorreu, cruzando o Oceano Atlântico, passando pelo extremo sul do continente americano, cruzando o Oceano Pacífico, até chegar à ilha do Japão.
Blackthorne conta a Toranaga que conseguiu um portulano português, uma espécie de mapa secreto, para poder passar pelo estreito de Magalhães.
Toranaga quis continuar a conversa, pois ficou impressionado com a importância dos portulanos e com o tamanho diminuto do Japão. Percebeu imediatamente que Blackthorne tinha informações interessantes a ele.
Inspirando-se na passagem relatada,
a) explique como a localização geográfica continua sendo conhecimento estratégico para a geopolítica contemporânea.
b) associe o texto e a explicação à situação atual da Palestina.
No livro Xogun (James Clavel, 1986), ficção ambientada no século XVI, existe uma passagem na qual o navegador inglês Blackthorne, recém-chegado ao Japão, fez um mapa-mundi na areia, tentando explicar ao líder Toranaga o lugar de onde veio, o caminho que percorreu, cruzando o Oceano Atlântico, passando pelo extremo sul do continente americano, cruzando o Oceano Pacífico, até chegar à ilha do Japão.
Blackthorne conta a Toranaga que conseguiu um portulano português, uma espécie de mapa secreto, para poder passar pelo estreito de Magalhães.
Toranaga quis continuar a conversa, pois ficou impressionado com a importância dos portulanos e com o tamanho diminuto do Japão. Percebeu imediatamente que Blackthorne tinha informações interessantes a ele.
Inspirando-se na passagem relatada,
a) explique como a localização geográfica continua sendo conhecimento estratégico para a geopolítica contemporânea.
b) associe o texto e a explicação à situação atual da Palestina.
Comentário: Entenderam a lógica desta, suponho. Como o conhecimento geográfico possibilita a detenção do poder através da formulação de estratégicas, então a Palestina foi ocupada com este intuito! Que questão mais desencontrada! A idéia é nos levar a pensar que aquele naco de terra árida e sem petróleo, embora localizado no Oriente Médio fosse fundamental para a elaboração de geopolíticas européia e americana a partir de 1948. E isto que os EEUU não tinham nada a ver, inicialmente, com a formação do estado bi-nacional (para judeus e palestinos) formulado pela ONU. É simplesmente estúpido não levarmos em consideração na criação do Estado de Israel, em que pese toda a injustiça cometida contra os palestinos, que judeus estavam estropiados, devido ao genocídio que sofreram e que vigorava um grande anti-semitismo na Europa e EEUU. A idéia por trás de tão “singela” questão é fazer pensar que há interesses ocultos e poderosos por trás da criação do país para controle posterior do Oriente Médio.
Q 6
O processo de globalização econômica e financeira envolve,de diferentes formas, vários países. Com base nessa afirmação,
a) Aponte uma característica positiva e outra negativa desse processo em relação ao Brasil.
b) Explique-as.
O processo de globalização econômica e financeira envolve,de diferentes formas, vários países. Com base nessa afirmação,
a) Aponte uma característica positiva e outra negativa desse processo em relação ao Brasil.
b) Explique-as.
Comentário: Me digam, por favor, que globalização econômica há num país que participa com menos de 1% do comércio global (cerca de 0,8%)?? Parodiando um certo ex-presidente, falar em globalização no Brasil é nhém-nhém-nhém. Nossos problemas fundamentais, inclusive que nos impedem de avançarmos no processo de globalização e crescimento, são o elevado protecionismo econômico, o fisiologismo e nepotismo políticos, o neopatrimonialismo e a própria corrupção. Como criticar o FMI, p.ex., por nos ceder mais de USD 40 bilhões ao final do último mandato de FHC, se enviamos mais de USD 30 bilhões para contas na Suíça através do Banestado? Criticar a globalização tem sido uma panacéia para aqueles que não assumem os reais problemas brasileiros como tendo causas internas.
Q 9
Observe o cartograma e a figura abaixo
a) Identifique e caracterize o ecossistema aqui representado,quanto aos aspectos físicos, relacionando-os
à formação vegetal e à fauna.
b) Apresente uma atividade humana que degrada esteecossistema para as regiões 1 e 2.
à formação vegetal e à fauna.
b) Apresente uma atividade humana que degrada esteecossistema para as regiões 1 e 2.
Comentário: Apesar de achar que as questões de geografia física salvam, parcialmente, o vestibular, até mesmo estas são objeto de deturpação ou omissão de causas e contextos relevantes.
Já que a urbanização é normalmente vista como um fator de degradação do meio ambiente, por que não se critica o tipo dela? E mais, não se propõe e, no caso, se pergunta quais seriam as alternativas de urbanização que contemplariam a conservação dos próprios ecossistemas? O problema de um certo tipo de ecologismo é este: a humanidade parece ser descartável e sempre causadora de danos e desastres. Melhor seria sem ela. Nos é passada a sensação de que, simplesmente, não há alternativa nesse mundo, ou melhor, nesse sistema econômico. Como se nos países socialistas não houvesse poluição! E eram, particularmente, as mais desastrosas, políticas de “terra arrasada”. Isto sugere a troca de sistema e é aí que os formuladores do vestibular querem definitivamente chegar...
Já que a urbanização é normalmente vista como um fator de degradação do meio ambiente, por que não se critica o tipo dela? E mais, não se propõe e, no caso, se pergunta quais seriam as alternativas de urbanização que contemplariam a conservação dos próprios ecossistemas? O problema de um certo tipo de ecologismo é este: a humanidade parece ser descartável e sempre causadora de danos e desastres. Melhor seria sem ela. Nos é passada a sensação de que, simplesmente, não há alternativa nesse mundo, ou melhor, nesse sistema econômico. Como se nos países socialistas não houvesse poluição! E eram, particularmente, as mais desastrosas, políticas de “terra arrasada”. Isto sugere a troca de sistema e é aí que os formuladores do vestibular querem definitivamente chegar...
Q 10
“Evidentemente que hoje a reforma agrária que sonhamos não é mais a reforma agrária clássica capitalista
(...). Hoje, o desenvolvimento das forças produtivas na agricultura e na sociedade e o modelo agrícola que foi adotado exigem o que chamamos de reforma agrária de novo tipo(...) em que não é mais suficiente apenas dividir a terra, lotear em parcelas e botar o pobre em cima e que se vire. Cinqüenta anos atrás, ele se viraria, mas hoje não consegue mais”.
João Pedro Stedile, um dos coordenadores nacionais do MST.
Entrevista à revista Caros Amigos, n. 18, p. 05, Set 2003.
Caracterize essa “ reforma agrária de novo tipo” a que o texto se refere.
“Evidentemente que hoje a reforma agrária que sonhamos não é mais a reforma agrária clássica capitalista
(...). Hoje, o desenvolvimento das forças produtivas na agricultura e na sociedade e o modelo agrícola que foi adotado exigem o que chamamos de reforma agrária de novo tipo(...) em que não é mais suficiente apenas dividir a terra, lotear em parcelas e botar o pobre em cima e que se vire. Cinqüenta anos atrás, ele se viraria, mas hoje não consegue mais”.
João Pedro Stedile, um dos coordenadores nacionais do MST.
Entrevista à revista Caros Amigos, n. 18, p. 05, Set 2003.
Caracterize essa “ reforma agrária de novo tipo” a que o texto se refere.
Comentário: “Caros Amigos”?! Stédile?!?! Eu diria, sem comentários... Mas nós sabemos que o que ele quer vai além do que, textualmente, diz. O que ele quer, inclui métodos violentos de aplicação do terror mesclado a mais deslavada mentira, como no caso específico da questão acima, que visa confundir capitalismo no campo com repartição de terras.
O que nossos queridos professores marxistas almejam é que Lula dê início a um novo processo histórico. De certo modo, eles estão certos, embora os mais radicais não percebam isto: estamos assistindo a um processo onde a democracia estará sendo solapada, tendo como meta uma artificial distribuição de renda feita pelo estado e monopolizada pelos seus tentáculos. O cerne do jogo é esvaziar as possibilidades de desenvolvimento da economia de mercado pelo preenchimento do dirigismo estatal. Quando a situação geral estiver abaixo da crítica, poderá se inventar qualquer medida escabrosa dizendo que agora é que realmente estamos fazendo a coisa certa. Observações, como a feita na publicidade televisiva pelo candidato derrotado ao governo estadual paulista, José Genoíno, de que agora será feita “a verdadeira reforma agrária” são um sinal disto. Que ele quer dizer? Mais assentamentos em terras produtivas? Por acaso, Genoíno se refere à produtividade ou esta não é a questão?
O que nossos queridos professores marxistas almejam é que Lula dê início a um novo processo histórico. De certo modo, eles estão certos, embora os mais radicais não percebam isto: estamos assistindo a um processo onde a democracia estará sendo solapada, tendo como meta uma artificial distribuição de renda feita pelo estado e monopolizada pelos seus tentáculos. O cerne do jogo é esvaziar as possibilidades de desenvolvimento da economia de mercado pelo preenchimento do dirigismo estatal. Quando a situação geral estiver abaixo da crítica, poderá se inventar qualquer medida escabrosa dizendo que agora é que realmente estamos fazendo a coisa certa. Observações, como a feita na publicidade televisiva pelo candidato derrotado ao governo estadual paulista, José Genoíno, de que agora será feita “a verdadeira reforma agrária” são um sinal disto. Que ele quer dizer? Mais assentamentos em terras produtivas? Por acaso, Genoíno se refere à produtividade ou esta não é a questão?
Agora, pensem que além desta prova há as de História, Literatura, outros vestibulares como a Vunesp, Unicamp, as PUCs, as dezenas de federais etc. etc. Pense nas décadas perdidas com a disseminação do mais puro preconceito e ignorância à respeito das Humanidades. Pense em professores destas áreas (e mesmo das biológicas e exatas) fazendo proselitismo e panfletagem em sala de aula... pense em tudo isto pago com teus impostos. É revoltante.
Quanto à prova de geografia... que geografia?
[Retirado de http://acasadefenrir.blogspot.com/2005/03/fuvest-geografia-para-idiotas.html]
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