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How Germany Gamed the Euro and Worsened the Crisis - James Angelos - International - The Atlantic, agradará tanto liberais quanto socialistas. A crise do Euro é explicada a partir da situação hegemônica alemã, como agravada justamente por ela, na medida em que ocorre um descompasso entre as economias. Os liberais enxergarão uma Alemanha arranjada, ao passo que tem que levar quase todo continente nas suas costas, os socialistas verão as economias mais atrasadas como objeto de sacrifícios permanentes que traz mais e mais desigualdade. Mas, para mim, o que impressiona é como a economia alemã, para não dizer a própria sociedade... Funciona como um motor. Tecnologia, câmbio, salário, consumo, tudo corrobora para uma alta produtividade deste ¼ de PIB da zona do euro. Então resta a dúvida, procedente, aliás, o que têm os outros europeus para vender para a Alemanha? O que uma Grécia, Portugal, Espanha, França, países com elevados custos de produção podem fazer para competir em um restrito mercado interno? Restrito justamente porque nem os próprios produtores alemães conseguem espichar a demanda de seus conterrâneos. Entre outras razões, os salários alemães não crescem na média dos outros salários da zona do euro. Mas, observando bem, o articulista foi esperto, demais até para livrar a cara de nações com orçamentos comprometidos, com suas contas atrasadas e governos cronicamente perdulários ao inverter o ônus das responsabilidades. De repente, lá pelo meio do artigo se percebe que de salvadores da União Européia, os alemães se tornaram seus algozes devido a sua elevada produtividade!? “Culpados pelo próprio sucesso!” Exceção feita ao baixo consumo alemão, que é um problema de fato há algo muito errado no raciocínio do artigo quando os méritos da economia se tornam um problema. A desaceleração da locomotiva pode iludir os vagões que querem velocidade, mas que nem sequer seguem bem atrelados.
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