quinta-feira, agosto 18, 2011

Sofismonomics: o que é bom para os EUA também é para o Brasil?




Além de escrever mal, este cara sofisma: "[o]s endinheirados locais adoram os impostômetros eletrônicos que denunciam o peso da carga tributária. Mas escondem que, também por aqui, quem ganha mais paga pouco e sonega muito. Sobra até para comprar ilhas na Bahia." Ora, "endinheirados" que vêem impostômetros são, sobretudo, classe média. Classe média que prefere concursos públicos a abrir empresas porque esta opção é difícil, onerosa e incerta. Incerta não poderia deixar de ser, mas os trâmites necessários, a burocracia que não faz jus ao nome, pois deveria racionalizar o processo e não prejudicá-lo e os riscos envolvidos a atividade empresarial tornam as opções de carreiras públicas ou da sonegação mais viáveis.
Não faço coro aos que acham que o estado para nada serve ou que simplesmente tem que se baixar tributos. É algo similar a liberação das drogas que, se for feita teria que vir acompanhada de uma série de leis mais rígidas para quem cometesse delitos associados a elas. Ou seja, reduzir tributação não poderia vir desacompanhada de um debate, de um programa e da revisão legislativa sobre como funcionam os fundos com recursos para os quais a tributação fora destinada. 


Sobre os promotores desses marcadores de índices de tributação serem associações comerciais ou sindicatos de donos de indústrias, a fonte ou o promotor da fonte, ou o interesse no caso é irrelevante. O que importa é o que se descobre. Suponhamos que haja grupos antiliberais na ONU que descobriram que via AGA pode-se tributar mais. A “solução” proposta é e sempre será questionável, mas isto não desautoriza por si mesmo o resultado ou resultados obtidos com pesquisas em torno do AGA. Ou se alguém pesquisa demografia tendo em vista um controle de natalidade, o que seria uma proposta dele exclusivamente, devo por isso deixar de atentar para o problema da alta fecundidade na África Subsaariana? Tratá-lo como uma “falsa questão” porque ela me sugere uma inevitável submissão aos ditames de certos malthusianos? Claro que não, haja falta de imaginação! No mínimo há mais de um modelo de recuperação ou tratamento ou desenvolvimento para uma questão, ainda mais sujeita a tantas variáveis como é a transição demográfica. Uma coisa não depende necessariamente da outra, pois posso enxergar como melhor solução (ou talvez única?) o aumento do emprego feminino no mercado e consequente redução da taxa de fecundidade. Separar objeto de projeto é fundamental, até mesmo para quem quer um projeto mais sólido e embasado na pedra da verdade.
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