Um imbecil 'libertário' me disse:
Se oferta criasse demanda, qualquer um poderia ser empreendedor. Bastava ofertar qualquer coisa que magicamente apareceria alguém pra comprar. Se usarmos a lógica até o fim, dá pra provar que se a oferta cria demanda, então o empreendedor explora o empregado.
É justamente o contrário, o empreendedor é importante porque ele tem que DESCOBRIR qual é a demanda, apostar nisso e ainda organizar a produção da maneira mais eficiente possivel. Por isso nao é qualquer um que consegue ser empreendedor.
Bens imateriais, como idéias ou sentimentos, são sempre inexauríveis. Ar ou agua salgada um dia ainda podem se tornar exauríveis. Todo bem físico é exaurível, portanto pode-se tornar propriedade privada se virar umitem escasso.
A verdade é que qualquer um pode ser empreendedor. Poder pode, mas se alcançar, são outros 500. O que diferencia as pessoas não é o direito, mas a vontade e teimosia. O preconceito básico de que a demanda cria oferta tão somente é o que nos impediria de apresentar novidades e pensar assim, logicamente, nos faz crer que o único modo de colocar novidades na prateleira é através de um planejamento central, seguro o suficiente para nos garantir o retorno. Ora, mercado é risco e este risco compõe a premissa que leva a mudanças tecnológicas. "Descobrir qual é a demanda" é tão obtuso porque parte do preconceito implícito de que os seres humanos têm um escopo limitado de necessidades. Vejamos a culinária, para que tanto se, de acordo com a obtusa ideia de que a demanda, tão somente cria a oferta bastaria a nós para manutenção de nosso metabolismo uma dieta balanceada de uma ração similar a dos chimpanzés da NASA, absolutamente saudável, mas sem a magia que faz com que pratos novos sejam criados?
Agora, burrice tem limite, ar e água não são exauríveis. Este pessoal não tem a mínima vergonha de dizer estultícies como estas?! Pode-se sim arguir que a limpeza deles tem um custo, mas o que não é o mesmo que alertar seu esgotamento ou extinção. E de acordo com este exemplo, tosco, o alerta de grupos ambientalistas-melancia* faz todo o sentido. Não, eles estão errados, o problema não é a quantidade, mas a qualidade do que nos interessa e queremos. O que sustenta o meio ambiente em equilíbrio (dinâmico, não nos esqueçamos) é o salto tecnológico. Não tem a menor chance de se obter uma fundamentação teórica legítima de acordo com o libertarianismo a ideia de que só bens exauríveis possam se tornar propriedade privada. Do jeito que falam, o libertarianismo é tão anarquista que chega ao ponto de se lixar para a propriedade privada, pedra fundamental de nossa sociedade.
_____________________
*Verdes por fora, vermelhos por dentro, isto é, falsos ambientalistas que são, no fundo, velhos ideais socialistas com nova roupagem, pretensamente ecológica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário