O que falta fazer para incutir conteúdo e, sobretudo, uma visão de mundo deturpada nos alunos? Um passo a mais neste sentido é a nefasta Base Nacional Curricular Comum (BNCC) imposta pelo MEC (imagem: lucianoayan.com). |
Leiam
isto antes:
A Base Nacional Comum Curricular e a educação banqueira
http://www.cartacapital.com.br/educacao/educacao-banqueira
via CartaCapital
Obviamente,
que os comentários para esta matéria da Carta Capital estarão fechados. Não me
surpreende mesmo. Entre tantos clichés surrados, o mais recorrente é o
interesse de instituições do setor privado se interessarem pela reforma
curricular... Notem que a tônica da matéria é esta e não, como deveria ser se
quisessem realmente informar, o conteúdo da reforma proposta pelo MEC, a
chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um dos lixos deixados pela
gestão de Renato Janine Ribeiro quando ministro do MEC. Na verdade, a reforma
acaba reduzindo o ensino de exatas, especialmente matemática. Se for para se
ter equivalência entre conteúdos, o mínimo razoável que se esperaria seria 1/3
para exatas, 1/3 para biológicas e outro terço para humanas. E dentro destas,
sobretudo, geografia e história uma equalização de estudo para todos os
continentes e grandes civilizações, para dizer o mínimo. Mas não... A
auto-afirmação terceiro-mundista relegou a civilização antiga, Grécia e Roma ao
ostracismo, revoluções como a Francesa, a Inglesa ou a Americana como
adjacentes, menores e irrelevantes. Agora basta ver a idealização romântica,
como diria Carlos Rangel, "Do bom selvagem ao bom revolucionário" dos
ameríndios e africanos, como se estes não travassem lutas sanguinárias entre si
ou traficassem, eles próprios, etnias vizinhas para seus parceiros europeus.
Imagine, dizer a verdade, que "Zumbi dos Palmares" foi um escravista
tão logo tenha se libertado de sua condição de escravo ou que lideranças negras
no Haiti, Papa Doc e seu filho Baby Doc mais lesaram o paupérrimo país levando
consigo USD 100.000.000,00, nem pensar, afinal, o que vale é só o mito, somente
ele.
Agora,
com a redução da matemática, cuja maior contribuição é a lógica que estimula o
raciocínio e a drástica redução também da gramática que leva à imersão na
compreensão pela facilidade de leitura e vice-versa, o que resta? Uma dispersão
sem organização de conteúdos chamados, genericamente, 'linguagens" que
desobrigará o aluno a ler. Como se também a Progressão Continuada, eufemismo
para Aprovação Automática, que é o que é já não fossem suficientes para por uma
pá de cal no ensino. Com isto, o novo currículo, 60% válido para o país (outros
40% seriam para regionalismos) teríamos a institucionalização do descaso com o
ensino. Vejam... Artes, Educação Física são importantes, mas não podem
substituir algo como a Gramática e é isto que acabam por fazer nesta nova
proposta. Claro que para alunos já muito mal avaliados em testes
internacionais, como o PISA, seria uma maneira de adornar o quadro brasileiro
com estatísticas pautadas no mascaramento da realidade: "veja como eles
estão indo melhor..." Sim, claro, mas melhor em que, definitivamente, já
que o que era difícil, custoso, mas de extrema importância foi excluído? Quer
dizer que a título de "combater a exclusão", o PT faz o caminho curto
do atalho moral, EXCLUI O QUE INCOMODA, o conteúdo escolar. Simples assim.
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Fas est et ab hoste doceri – Ovídio
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