segunda-feira, junho 12, 2017

Educação VS Doutrinação: o maniqueísmo de Paulo Freire



Pergunto com
sinceridade: alguém já se deu o trabalho de ler Paulo Freire? Ou, ao menos,
assistir a um de seus vídeos no YouTube? Seria bom que fizesse para se ter
noção de que é muito pior do que se fala.
Em um desses
vídeos, Paulo Freire diz:

“Quando muito moço, muito jovem, eu fui aos
mangues do Recife. Aos córregos do recife, aos morros do Recife. Às zonas
rurais de Pernambuco. Trabalhar com os camponeses, com as camponesas, com os
favelados. Eu confesso sem nenhuma ‘chorumingas’ movido, movido por uma certa ‘lealdade’
ao Cristo de quem eu era mais ou menos ‘camarada’. Mas o que acontece é que
quando eu chego lá, a realidade dura do favelado, a realidade dura do camponês...
A negação do seu ser como gente, a tendência àquela adaptação que a gente falou
antes, aquele estado quase inerte diante da negação da liberdade, aquilo tudo
me remeteu a Marx. Eu sempre digo, não foram os camponeses que me dissera a mim
‘Paulo, tu já leste Marx?’ Não, eles não liam nem jornal. Foi a realidade deles
que me remeteu a Marx e eu fui, eu fui a Marx.”

Acho que até
aqui já daria para fazer um artigo inteiro comentando isso, mas quero
transcrever mais um pouquinho para vocês entenderem até onde isto vai:

“E aí é que os jornalistas europeus em 70
não entenderam a minha afirmação. É que quanto mais e quanto mais eu li Marx,
tanto mais eu encontrei uma certa fundamentação objetiva para continuar
camarada de Cristo. Então as leituras que eu fiz de Marx, de alongamentos de
Marx não me sugeriram jamais que eu deixasse de encontrar Cristo nas esquinas
das próprias favelas. Eu fiquei com Marx na ‘mundanidade’ a procura de Cristo
na transcendentalidade.”

Isto foi cerca
de 3 minutos em um
vídeo, mas já está de
bom tamanho para entender e criticar parte de sua pedagogia. Pois é, uma coisa
que o brasileiro médio não entende, seja rico ou pobre, de direita ou de
esquerda é que isso em um país institucionalmente adiantado seria um escândalo.
Aqui, a grossa maioria de estudantes e professores de outras áreas cultua o
lixo pedagógico de Paulo Freire. Como pode? Além de sua incoerência interna, os
resultados de desempenho no seu básico, básico que corresponde à leitura,
interpretação de texto e exercícios matemáticos nos deixam nas piores
colocações já seriam suficientes para mostrar que trilhamos o caminho errado
por décadas. E o que se faz? Só se convoca gente incompetente para discutir educação
e que, volta e meia se saem com tiradas poéticas de Paulo Freire, que não passa
de um método de ensino ridículo que se resume na mais pura lavagem cerebral.
Analisemos agora
algumas passagens reveladoras do que pensava o “mestre”. Para mim está clara a
intenção, já no primeiro parágrafo de tratar Jesus Cristo como “camarada”, que
era a forma de tratamento dentro do código de conduta dos comunistas. Não é a
toa, não é gratuito, independente da religião que você tenha ou não tenha religião,
não importa, que isto não está no discurso por acaso: é para criar uma familiaridade entre a doutrina cristã, a visão religiosa
e o mundo secular, mas promissor do Comunismo.
E ao invés de dizê-lo,
explicitamente, Paulo Freire procura seduzir o ouvinte, internamente,
sutilmente com suas palavras, com seu sentido e sentimento mesclados, para que
nenhuma contestação racional se torne evidente.
Outros dois
pontos que evidenciam o maniqueísmo do discurso freireano:
·       
Supor que a realidade do favelado ou do camponês seja
compreendida e solucionada através da leitura de Karl Marx, sem explicar o
porquê disso, mas já dando como certo e conclusivo de antemão;
·       
Dizer que a realidade dura da vida do camponês ou do
favelado é a negação de “seu ser”, como se seu
ser
fosse roubado (alienado) por relações de produção (de propriedade).
Tais malandragens
linguísticas são facilmente detectadas por quem já está habituado ao discurso
marxista, seja ele ostensivo ou subliminar. A singularidade neste vídeo de
Paulo Freire é que ele transita entre a assunção total do marxismo a sua mescla
com um discurso messiânico, religioso, de “libertação” que não deixa,
obviamente, de procurar um culpado por sua situação, a saber: o Capital.
Ele também diz
em seguida que procurou uma “fundamentação objetiva” para Cristo em Marx e que
este servia para a “mundanidade”, enquanto que o outro para a “transcendentalidade”.
Em suma, Paulo Freire estabelece um link entre o temporal e o atemporal, entre
o mundo material e o espiritual ao dizer que é possível se guiar pelos dois,
que os dois referenciais teóricos (Marx e Cristo) se complementam. Este é o
jogo dele que convenhamos, engana quem não conhece as diferenças abissais entre
as duas propostas de vida. Em termos bastante simples, mesmo que teólogos mais
a esquerda afirmem um pendor socialista em Cristo devido a repartição do pão e
outras metáforas, não há nada que chegue perto de uma proposta violenta como a
luta de classes, primeiro porque divide indivíduos, segundo porque leva
inevitavelmente a morte violenta através de uma guerra civil. Tentar fundir
estas duas visões de mundo implica em uma acrobacia intelectual que só fanáticos
(como certos professores) e espertos (como Paulo Freire) para levar adiante. Enfim,
aqui nós temos uma perfeita fusão, perfeita, na medida que serve aos propósitos
de uma Esquerda que quer perverter ensinamentos cristãos para manipular massas
contra um inimigo imaginário, o Capital, o capitalista, o capitalismo.
Neste pequeno
exemplo, eu tentei mostrar como se confundem três coisas: a doutrina, a cristã como exemplo; a doutrinação, não explícita, no caso do
marxismo e; a educação, pois queiram
ou não queiram este mix ideológico é
admirado e lido nos cursos de pedagogia do país inteiro, sendo seu principal
referencial teórico.
Até aqui
analisamos o conteúdo, mas há outras
formas de, sub-repticiamente, passarmos um conteúdo na forma de um Cavalo de
Troia.



Confira a embromação abaixo:


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