quarta-feira, junho 07, 2017

Educar para quê? Reflexões sobre a educação no Brasil

Concordei ao final, quando Mateus diz que ninguém educa propriamente ninguém. Se aquela pessoa quiser rejeitar tudo aquilo (que foi ensinado), ela vai rejeitar.


Mas, quando o autor diz que a  verdadeira liberdade é a liberdade interior afirmando que a civil não é, pois pode desaparecer com um '38 ou um terremoto, ele faz uma separação cognitiva entre ser civil e consciência, como se nossa civilidade não dependesse da consciência.

Ele desconfia, com razão, do império das leis, da autoridade científica e médica, opinião do beautiful people, intelectuais e mídia, mas não é apropriado equiparar todas essas coisas. Na ciência, p.ex., algo consensual não prescinde de ampla discussão, muito maior que nos tribunais, com tempo certo de conclusão. Isto não é o mesmo que seguir tendências como faz a mídia e celebridades. 

E sinceramente, por pior que sejam as relações professor e aluno elas não são causas de doenças (transtornos) psicológicas. Aí foi forçado demais. Que mantém ou pioram vícios, sim, mas isso não é algo que requeira tratamento médico ou psicológico, no mais das vezes e sim uma boa e rigorosa educação. 

E discordo também que a educação como para formar "peças de engrenagem" no nosso sistema seja pior do que uma formação humana inteira. Esta visão humanística é que é doutrinadora e levou a piora da nossa qualidade de ensino. Os militares, p.ex., enfatizavam o ensino técnico no Brasil e nem por isso deixamos de ter uma boa base geral. O ensino técnico-profissionalizante não prescinde de uma boa base geral, sem a qual não teria um bom resultado. Já o ensino de visões filosóficas que deve ser uma busca individual ou particular, de ensino particular geralmente descamba para seu uso político. 

Anselmo Heidrich

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