Em 2008, Amos Yadlin, major-general israelense dizia que não considera um diálogo entre EUA e Irã como negativo porque “diálogo não é apaziguamento”. Como o Irã está bastante fragilizado com a crise internacional, as sanções podem inclusive recrudescer. Não só se percebe uma mudança na postura israelense sobre o tema, como também o avanço nas negociações e intensificação das conversações da administração Bush com o governo iraniano. E a mudança pode ser duradoura se o aceno de Barack Obama se mantiver neste sentido. Do outro lado interessa aos iranianos que as negociações avancem. Não há nada de proveitoso em se tornar outro “estado-pária”, tal como o Iraque no passado recente ou a Coréia do Norte na atualidade. E, por mais paradoxal que possa parecer, não interessa aos israelenses, um conjunto árabe fortalecido. Para evitar isto, o contrapeso iraniano se faz necessário.
Outro sintoma da guinada iraniana é quanto o apoio a Rússia, inicialmente favorável a guerra na Geórgia, mudou pelo temor de que Moscou procurasse ampliar sua influência vendendo armas a Síria. Se isto ainda não significa uma posição eqüidistante entre Moscou e Washington, ao menos representa uma postura bem mais pragmática e centrada em objetivos que traduzem a necessidade de estabilidade regional.
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