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Teus galhos já agüentaram tanta neve, teus braços já sustentaram tantas asas e patas. Mas, o solstício assinala um novo tempo, para nascer e morrer.
Seja qual for o hemisfério e clima, tu estarás lá para anunciar a festa da sobrevivência. Não te encontras entre copas que tudo cobre, acaso também não estás entre outros como tu a barrar o vento. Apenas dobras gentilmente para voltar reto. O garçom de deus te cobra a conta, mas tu o ignoras.
Só. Mas, só tudo que podes fazer é resistir. Tuas folhas escuras absorvem o calor como nossas rugas retêm as lágrimas. Um fluxo de luz e água parece uma síntese da vida.
Tu exiges uma cota do solo, que parece pouco para quem tanto deu. Mesmo após as serras virem ao teu encontro, tua espécie aponta o céu imponente. Sejam lá quais forem os mistérios daquela abóbada, penso que posso furar seu zênite.
O farfalhar perante a brisa é um hino constante para ouvidos em um outeiro. Não foi uma maravilha forjada. É uma condição para sublimar.
Teu cone carnudo é devorado e das fezes dos que se beneficiam, renasce em outro vale. Tua resina te previne do excesso tornando meu temor pífio.
Viver por si mesmo, por que não há nada mais importante. Teu presente foi fruto de teu egoísmo e aqui estamos. Não há espaço para lamúrias de uma vida dura ou um futuro penoso, apenas a vontade de se erguer.
Nosso yule é lembrado por ti. Continuarás em tua sina, anunciando os padrões do tempo e a sombra de tua presença. Nenhuma cidade, nenhuma blizzard derrubará teu significado.
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